Apareceu na mídia do Brasil inteiro que o Papa abençoou uniões homossexuais. E, por conta desta informação, a igreja católica está sendo vítima mais de verdades do que de mentiras. Circula que o catolicismo passou a não ser contra ou a apoiar mesmo uniões homossexuais que procuram a bênção de Deus. Meu pai, com quase setenta anos de idade, que vive distraído no celular, foi um dos primeiros a me afirmar esta verdade. Diz o Papa que ainda não, mas, como diz o velho e conhecido ditado, além de ser cristão é preciso parecer cristão.
A justificativa da igreja católica é de que foi apenas uma bênção, ou seja, uma técnica religiosa que não assume a condição de aceitação, e que todos precisam ser abençoados. O Vatican News publicou que o novo entendimento é de cunho “teológico-pastoral”, pois quem pede uma bênção “se mostra necessitado da presença salvadora de Deus em sua história”, porque expressa “um pedido de ajuda de Deus, uma súplica por uma vida melhor”. Afirmou, ainda, que não se exige “perfeição moral prévia”.
O mito do bom selvagem contaminou a igreja. Claro que colunistas de opinião aqui do outro lado só escrevem sobre o fenômeno em si, sem saberem exatamente o que cada casal ou cada um dos companheiros quis mesmo. Mas eu não acredito no bom selvagem.
Trata-se de um fenômeno do movimento gayzista e, pior, ainda dentro da igreja. Kant explicou que sabemos do fenômeno, nunca do real em si. Então, que cada um aqui julgue e condene com a consciência de que o coração só Deus conhece, não, como faz a igreja católica, esperar que o arrependimento venha dos céus. Eu prefiro olhar a realidade como ela é hoje, nua e crua.
Quem procura libertar-se dos pecados o faz em separado e, arrependido, confessa seus erros. O casal procura a bênção católica para a união. Embora Jesus mesmo tenha pregado salvação e se mostrado receptivo a todas as pessoas sem se importar do jeito que viviam, ele mesmo falava sem medo de perder ovelhinhas perdidas para elas não pecarem mais. O caso da adúltera.
O joio vive na igreja, seu habitat. O joio não pode ser procurado e achado fora da igreja. Logo, nem a igreja de Cristo é perfeita, como nada no mundo é totalmente santo, perfeito. Deus é tão perfeito que criou a perfeição e deixou que o homem desse asas à imperfeição. Se não existisse imperfeição, o que seria da perfeição? Existiria? Talvez sim, mas quem sabe não exatamente com este nome “perfeição”.
Mas, ainda que exista o fenômeno informativo das notícias falsas e exageradas, como disse, uma coisa é abençoar o pecador para que ele se livre do pecado, numa tática de conquistar para converter, outra, não aceita, é esperar que o próprio pecado se quebrante e se converta de seus maus caminhos. Podemos esperar isso do pecado? Obviamente que não, pois o mundo é do maligno e tende naturalmente ao pecado dependendo da rachadura aberta.
Algo que o diabo tem é paciência. Um Jesus secularizado é como que um Jesus crucificado. Jesus em outdoor, em documentários históricos sem finalidades evangelísticas são exemplos disso. Leandro Karnal exibiu um documentário no YouTube sobre a história de Jesus entitulado “Jesus além da fé”. O que se pode esperar de atitudes como esta senão menosprezo da palavra de Deus e de Jesus que quer salvar?
A igreja católica tem conhecimento suficiente de uma revolução em curso que ataca as bases morais cristãs, de fundo marxista e, como tal, ela mesma sem qualquer propósito moral. E sabe que palavras mágicas de liberação, autorização, bênção, etc., ou agir com flexibilização, estará atuando como um verdadeiro agente revolucionário contra o próprio cristianismo que ela mesma intenta defender. Esta revolução é chamada pelos teóricos marxistas de “revolução passiva”, uma seta maligna bem paciente no coração das massas e no consciente dos operadores comunistas. Só que existem religiosos e religiosos. Uns comem carnes, outros legumes.
Sergio Renato de Mello é defensor público de Santa Catarina, colunista do Jornal da Cidade Online e Instituto Burke Conservador, autor de obras jurídicas, cristão membro da Igreja Universal do Reino de Deus.
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