O Papa Bento XVI defende a criação de uma autoridade política mundial para sanear as economias afetadas pela crise e considera urgente uma reforma da Organização das Nações Unidas - refere a sua primeira encíclica social, hoje divulgada.
Para governar a economia mundial, sanear as economias afetadas pela crise, prevenir o seu agravamento e maiores desequilíbrios, é urgente que seja criada uma verdadeira autoridade política mundial, escreveu o chefe da Igreja Católica na encíclica Caritas in veritate, um texto de 150 páginas que aborda as grandes questões que se colocam atualmente à sociedade.
Uma tal autoridade política mundial constituiria um grau superior de organização à escala internacional de tipo subsidiário para o governo da mundialização e deveria também proceder a um desejável desarmamento integral, garantir a segurança alimentar, assegurar a proteção do ambiente e regular os fluxos migratórios, defende Bento XVI.
Uma tal entidade deveria ser regulada pelo direito, ajustar-se de maneira coerente aos princípios da subsidariedade e da solidariedade [e] ser orientada para o bem comum, acrescentou.
No entender do Papa, face ao desenvolvimento irresistível e à interdependência mundial, agora que estamos em presença de uma recessão igualmente mundial, a urgência da reforma da Organização das Nações Unidas como a da arquitetura econômica e financeira internacional encontra um largo eco.
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