Maldição hereditária ou pecado hereditário?

Maldição hereditária ou pecado hereditário?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Josué 6.26: "E, naquele tempo, Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó! Perdendo o seu primogênito, a fundará e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas."

Caminhemos um pouco neste corredor obscurecido sobre as "Maldições Hereditárias", vemos aqui o primogênito e o mais novo prejudicados pelo que fizeram seus pais. A casa do sacerdote Eli sofreu conseqüências para sempre por causa do pecado de seus filhos (1Samuel 3.12:14).  Isto parece uma maldição, mas veio de Deus, não do diabo.

Samuel fora criado por Eli, e como ele, foi um sacerdote, comprometido com Deus e levava sua vida espiritual a sério, mas repetiu os mesmos erros de relacionamento com os filhos. Samuel não herdou o sangue de Eli, mas herdou o seu comportamento. Há, portanto, uma indicação de que as conseqüências dos problemas familiares tem mais a ver com a repetição de erros aprendidos por convivência, do que com os laços sanguíneos.

Quando envelheceu, Samuel nomeou seus filhos como líderes de Israel. Seu filho mais velho chamava-se Joel, o segundo, Abias. Eles eram líderes em Berseba. Mas os filhos dele não andaram em seus caminhos. Eles se tornaram gananciosos, aceitaram suborno e perverteram a justiça.

Antes de prosseguirmos, vou fazer uma afirmação: Não encontramos no Antigo Testamento indícios de que estamos autorizados a jogar sobre nossos antecedentes a responsabilidade do nosso pecado. O pecado do meu pai é só dele e o meu é só meu, mesmo que seja do mesmo gênero, número e grau (Ez 18.19,20; grifos do autor).

Admito a possibilidade de que algum de meus antepassados tenha introduzido a prática de um pecado que, acabou se transformando em um estigma familiar. Também é possível que as conseqüências desse pecado afetaram minha família por várias gerações. Também é igualmente provável eu ter escolhido levar adiante a prática desse pecado.

O que eu posso esperar ganhar com esse desvio comportamental? Queremos o pecado, mas exorcizamos as suas conseqüências. Diante disso, eu pergunto: Devemos quebrar maldições hereditárias ou pecados hereditários? O salário do pecado é a morte.

A maldição perde o gás quando o pecado que o gerou é abandonado. Não basta recitar fórmulas litúrgicas tipo: Está quebrado ou ainda: Está amarrado.

Normalmente, as pessoas se preocupam mais com os sintomas do pecado do que com o pecado propriamente dito. Não é muito freqüente receber pessoas que pedem para tirar delas a ira, a amargura ou a inveja. Geralmente, a conversa é mais ou menos a seguinte: "Ore para que eu possa permanecer no emprego por mais do que três meses". "Ore para que não volte a engravidar, já estou cansada dessa história de mãe solteira". Se algo assim está acontecendo com você, é porque algum detalhe em seu comportamento atrai males.

Você, pode até argumentar: "É o espírito contencioso". Realmente existe a possibilidade de que algo assim tenha se encostado em você, mas repito: Algo em seu comportamento o atraiu. Ele viu em seu interior uma casa montadinha. É só trazer as malas e entrar.  

Assim que comecei a lidar com pessoas endemoninhadas, a minha reação frente a algum tipo de manifestação era mais ou menos esta: "Sai espírito de desemprego!!!!". Com o tempo, percebi que essas manifestações eram apenas a ponta do iceberg. Os verdadeiros motivos permaneciam submersos.

É necessário mergulhar em águas frias se quiser ter uma visão total do problema. Nem todo mundo está disposto a mergulhar nessa gelada e tratar o problema com profundidade. É mais fácil partir pro grito, fazer cena e se despedir dizendo: "Vai em paz".

Geralmente, as pessoas relatam sintomas ou conseqüências de seus erros, que causam incômodos, não relatam as causas, mas são estas que devemos procurar e não ao demônio que entrou por sua causa (conclusão de 2Sm 12.10).    

Ubirajara Crespo é pastor, escritor, conferencista, editor e diretor da Editora Naós.  

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