Nossos lábios são panelas onde cozinhamos tudo o que alimenta a nossa alma. Geralmente contrastamos o bem como o mal, mas neste texto, o bem e a violência são colocados como as realidades opostas entre si. Talvez porque a violência personifique o mal na sua temperatura mais quente.
Os ingredientes usados para aviar esta receita do mal possuem elementos compatíveis com todas as doenças da alma.
Parece básico aqui, que o mal pode se transformar em bem e o bem em mal. O bem se transforma em mal, quando usado como enfeite capaz de atrair gostos e discernimentos apurados. Do outro lado, o mal pode se transformar em bem quando, em algum momento da fervura, adicionamos o arrependimento. Quando isto ocorre, baixamos o fogo, extraímos egoísmo, mágoa, vingança etc, e acrescentamos amor.
Em contrapartida, o mal pode ser retroalimentado e se tornar desagregador. Basta acrescentar motivações indesejáveis, suspeitas, preconceitos pessoais, paranóias e julgamento precipitado.
Dependendo de quem monta esta receita, o bem e/ou o mal podem ser maléficos ou benéficos. A forma como ocorre a comunicação não verbal pode mudar a mão ou o sentido do que falamos. Me refiro a expressões faciais, gestos, tom de voz e a temperatura do olhar.
O que preserva a língua avia vida feliz, mas o que pensa com a língua alimenta a ruína de alguém, inclusive a sua.
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