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A Família na UTI

A Família na UTI

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:45

Uma das maiores frustrações deste final de século é a crise que se abate sobre a família. A desagregação da família tira o brilho do progresso, das conquistas e da expansão do conhecimento que nosso século promoveu. Ver a família sendo destruída causa uma dor profunda na consciência dos que levam a vida a sério.

O desmoronamento da família coincide com a crise da afetividade . A essência de nossas vivências está nos relacionamentos significativos, especialmente aqueles que se dão no âmbito de vida familiar. A afetividade é uma espécie de “ cimento” na construção das relações humanas, e o homem do nosso século, preso às garras do individualismo, vai excluindo da sua vida a afetividade como algo relevante.

Sob o ponto de vista terapêutico, cuidar da família implica um cuidado urgente de nós mesmos, especialmente no que se refere aos nossos sentimentos, pois eles é que dão sentido e consistência à nossa vida. Sentimentos sadios implicam em relacionamentos sadios e isso é também uma questão de aprendizagem, e exigindo um esforço de cada um de nós, para o bem da família. Aprender a amar, a valorizar os outros a respeitar, a perdoar, a esvaziar-se de si, a abraçar, a valorizar os pontos positivos das pessoas, são gestos simples que poderão produzir mudanças profundas na vida em família. Dizer “eu te amo” é muito mais fácil do que alimentar o ódio. Nenhuma família sobrevive sem amor, pois somente ele produz em nós atitudes tais como: tolerância, misericórdia, paciência, confiança, perdão e renúncia.

Um segundo cuidado urgente para salvar a família está na solidificação da relação marido/mulher, eixo básico dos relacionamentos familiares. Infelizmente, muitos filhos crescem sem ver sequer seus pais juntos, e outros, por sua vez, jamais viram os pais abraçados, vivenciando afeto e ternura. O modo de viver dos pais afeta diretamente o modo de ser dos filhos, por isso mesmo, assistimos a um crescimento assustador de filhos drogados, rebeldes, agressivos, apáticos e inseguros. Quando se fortalece as bases, toda a construção fica mais segura.

É fundamental também para a saúde da família uma revisão dos nossos valores. Estes valores devem ultrapassar o limite do material e das coisas transitórias. Quando um filho precisa de um brinquedo para sentir-se amado pelos pais; quando a esposa precisa de uma jóia para sentir-se amada pelo marido, é sinal que nesta família os valores estão invertidos, pois as pessoas devem valer pelo que são e sentem e nunca pelo que possuem ou possam oferecer.

Sobretudo, os valores espirituais como fé, a esperança e o louvor. Tentar “salvar” a família desta crise aguda sem a presença de Deus e a força do amor é, como disse Jesus, construir a casa sob areia. - ao primeiro vento forte tudo cai.

Pastor Estevam Fernandes

Estevam Fernandes   ingressou no Seminário Teológico de Recife (PE) ainda jovem, em 1976, influenciado pelo seu irmão, Eli Fernandes (atualmente também pastor). Em1980, ainda seminarista assumiu o cargo de pastor auxiliar temporariamente na Igreja de Ilhéus (BA). Atualmente pastoreia a Primeira Igreja Batista de João Pessoa (PB).  

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