O Presidente Barack Obama tornou-se o primeiro líder eleito dos Estados Unidos a se destacar na capa de uma publicação LGBT, depois que ele foi nomeado o "Simpatizante do Ano" pela revista 'OUT'.
Em uma longa entrevista, Obama disse que as atitudes em relação às pessoas ligadas ao movimento LGBT na América "mudaram muito ao longo dos últimos anos", e sugeriu que "os pais já não podem encontrar justificativas para dizer às seus filhos que os homossexuais não merecem igualdade".
"Para Malia, Sasha e seus amigos, a discriminação de qualquer forma contra qualquer pessoa não faz sentido", disse Obama em à revista, referindo-se a suas filhas.
"Não vem sobre elas a ideia de que os amigos que são gays ou pais de amigos que são casais do mesmo sexo devam ser tratados de forma diferente em relação a qualquer outra pessoa. Isso é poderoso. Minha sensação é que um monte de pais em todo o país não vão querer se assentar em torno da mesa de jantar e tentar justificar para seus filhos que um professor gay ou transexual não seja tão igual a outra pessoa", acrescentou.
Obama também refletiu sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (5 votos contra 4), que acabou favorecendo ao casamento gay em junho (2015), que ele descreveu na época como uma "vitória dos aliados, amigos e simpatizantes que passaram anos, até mesmo décadas trabalhando e orando para que a mudança chegasse".
O presidente afirmou que, apesar de passar por uma mudança em apoio ao casamento gay, ele sempre apoiou a igualdade LGBT, que remonta à sua mãe, a qual incutiu nele "a forte crença de que cada pessoa é de igual valor".
"Ao mesmo tempo, crescendo como um negro com um nome engraçado, eu era frequentemente lembrado do que ela sentia sobre estar do lado de fora", continuou ele.
Liberdade religiosa
O presidente também abordou a polêmica em torno da funcionária pública de Kentucky, Kim Davis, que ganhou as manchetes dos jornais / sites, meses atrás, depois que ela passou vários dias na prisão por se recusar a emitir licenças de casamento para casais homossexuais, citando suas crenças religiosas.
Obama sugeriu que ele é uma pessoa de fé, que acredita profundamente na liberdade religiosa, mas disse que "ninguém está acima do Estado de Direito".
Em setembro, o Papa Francisco disse, na sequência de uma visita aos Estados Unidos, no entanto, que "objeção de consciência é um direito humano", quando foi questionado sobre o caso de Davis.
O pontífice acrescentou que os direitos de liberdade religiosa não devem ser negados, pois isto pode criar uma situação em que alguns direitos humanos são considerados mais importantes que outros.
Alguns grupos evangélicos e católicos também têm se posicionaram contra a administração de Obama, quando se trata de exigir que eles se envolvam em ações que vão contra suas crenças, como o aborto, ideologia de gênero ou casamento gay.
Os grupos, que incluíam a 'Associação Nacional de Evangélicos', a 'Comissão de Liberdade Religiosa e Ética Batista do Sul', o 'Conselho de Pesquisa Familiar', a 'Visão Mundial' e a 'Conferência dos Bispos dos EUA' expressaram preocupações sobre a portaria contra a discriminação, proposta pela Comissão de Direitos Civis.
Eles disseram em uma carta que a definição robusta para "discriminação sexual" na regra proposta inclui "a interrupção da gravidez", "ideologia de gênero" e "relacionamento ou associação", que segundo eles pode também ser estendido às relações homossexuais.
"Esta definição expansiva de discriminação sexual não tem suporte histórico ou legislativo e é provável que tenha um efeito negativo sobre os interesses de privacidade dos pacientes, de interferir em alguns casos relacionados à prestação efetiva dos serviços de saúde, e de infringir sobre as convicções religiosas e morais dos profissionais de saúde, seguradoras e outras partes interessadas", diz a carta publicada pelos grupos cristãos.
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