O número de meninas suecas entre 13 e 17 anos diagnosticadas com disforia de gênero aumentou 1.500% entre 2008 e 2018, de acordo com um relatório recente do Conselho de Saúde e Bem-Estar do país.
As descobertas, relatadas pelo jornal The Guardian, ocorrem quando as autoridades enfrentam uma reação contrária a uma lei proposta que facilitaria o acesso de menores idade a tratamentos de transição de sexo / gênero, por meio de cirurgia ou injeção de hormônios do sexo oposto.
Especificamente, a lei reduziria a idade mínima para o tratamento de reatribuição de sexo de 18 para 15 anos e permitiria que crianças a partir de 12 anos mudassem seu gênero legal. A lei, originalmente proposta em outono de 2018, também eliminaria o consentimento dos pais dessas crianças para esses tratamentos.
Segundo o jornal, o governo da Suécia estava sob crescente pressão para aprovar a lei da Federação Sueca de Direitos para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer e Intersex, um grupo ativista de 70 anos.
Mas em abril do ano passado, especialistas começaram a questionar esses tratamentos em menores de idade, dizendo que não havia pesquisas suficientes e que algumas instalações médicas estavam promovendo os tratamentos em crianças e adolescentes com mentes ainda confusas, informou o jornal. Entre tai especialistas estava Christopher Gillberg, psiquiatra da Academia Sahlgrenska de Gotemburgo.
Gillberg soou o alarme em um artigo que escreveu para o jornal Svenska Dagbladet, chamando a cirurgia e o tratamento hormonal em crianças de “uma grande experiência”, na qual as cobaias eram essas crianças e adolescentes.
Sua preocupação com a identificação de causas periféricas antes de considerar o tratamento radical parecia confirmada pelo estudo do Conselho de Saúde e Bem-Estar, que também descobriu que 32,4% das meninas biológicas de 13 a 17 anos de idade com disforia de gênero também tinham diagnóstico de transtorno de ansiedade, 28,9% tinham depressão, 19,4% tinham TDAH (déficit de atenção) e 15,2% tinham autismo.
A falta de pesquisas também foi citada em um relatório de dezembro da Agência Sueca de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Solicitada pelo governo para avaliar a pesquisa científica sobre o aumento nos casos de disforia de gênero entre adolescentes, a agência descobriu que havia poucas pesquisas sobre a razão do aumento ou os riscos e benefícios do tratamento hormonal e da cirurgia para mudança de sexo.
Em outubro do ano passado, um programa de TV investigativo apresentou o hospital da Universidade Karolinska, em Estocolmo, revelando que a instituição estava sendo repudiada por realizar mastectomias duplas (remoção dos seios) em garotas a partir dos 14 anos. O hospital também foi acusado de oferecer o tratamento controverso sem considerar outros fatores em potencial, como problemas psiquiátricos ou de desenvolvimento, que podem estar na raiz dos problemas de identidade de gênero de um paciente, uma alegação que o hospital negou, dizendo que analisa cuidadosamente todos os casos.
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