‘Minissérie mostra que até relações mais sólidas podem ser abaladas’. Esse é o título de uma das matérias publicadas no GShow, página da Globo, a respeito da série ‘Felizes Para Sempre?’, exibida pela emissora.
Um casal tem três filhos homens, todos casados, mas nenhum é feliz na vida conjugal. Um descobre que era traído, outro descobre que não é o verdadeiro pai do garoto que criou e o outro resolve contratar uma prostituta para entrar na sua relação com a esposa.
Para completar a baderna, o casal base da família, ou que pelo menos deveria ser, também entra na onda da ‘aventura’ e da infidelidade.
O ‘ménage a trois’, ou sexo a três, protagonizado por um dos casais e uma prostituta, chamou a atenção na internet, principalmente por ser uma ‘solução’ para um casamento fadado ao fracasso.
Mas será que isso ajuda? Dani Marques, escritora, conselheira de casais, e criadora do site Salve Meu Casamento, diz que piora ainda mais a situação. “Um casal que chegou ao ponto de optar por um ménage a trois como tentativa de salvar um casamento é porque se perdeu há muito tempo. É como, em meio a fome, recorrer a um prato de frituras quando se sofre de colesterol. O prato gorduroso (e delicioso!) será apenas um paliativo para amenizar o problema, que não vai desaparecer, muito pelo contrário”, afirma.
Segundo ela, essas fantasias sexuais não surgem da noite para o dia, mas com o consumo de pornografia. “Acontece que com o passar do tempo, aquela fantasia passa a não ser mais tão excitante como era no início, então recorremos a novas formas de prazer: troca de parceiros, swing, sadomasoquismo, zoofilia, pedofilia e etc”, expõe. “Já recebi e-mails de homens casados e cristãos que, depois de anos expostos a todo tipo de pornografia, passaram a sentir prazer em pedofilia e zoofilia. Uma triste realidade.”
Uma matéria publicada pela Revista Marie Clarie traz uma entrevista com Lola Benvenutti, ex-garota de programa, que comenta algumas partes da minissérie. Sobre o ménage, ela revela: “A procura tem sido maior por parte delas. Acho que elas estão se libertando mais.”
Casamento não é só sexo
O reverendo Hernandes Dias Lopes, em um de seus textos, frisa o princípio básico deixado por Deus em Gênesis 2:24 acerca do casamento. “O casamento instituído por Deus é heterossexual, monogâmico e monossomático. O mesmo Deus que criou a família e instituiu o casamento nos deu princípios que devem reger essas relações”, escreveu.
Em entrevista ao Guiame, em 2011, o pastor Bruno dos Santos falou sobre o conceito de intimidade entre um casal, que vai muito além da cama. “Quando eu relaciono intimidade com cama, eu rebaixo a ideia divina do que é uma verdadeira relação sexual”, ponderou. O pastor ressaltou que um bom relacionamento sexual não começa na cama, mas sim com um bom dia, atenção no decorrer do dia e telefonemas repletos de sinceridade, saudade, amor e carinho.
Esse entendimento destrói a ideia de que qualquer problema no casamento pode ser resolvido no sexo. Ou seja, não adianta inovar no sexo se há falta de carinho, cumplicidade, companheirismo.
É isso que pensa Amaury Mendes Junior, ginecologista, sexólogo e diretor da Associação Brasileira de Sexologia Humana, ao dizer que a relação de um casal deve estar baseada em um triangulo: Sexo, Afetividade e Objetivos. “Se eles tiverem uma crise em um desses pilares, eles têm que se sustentar nos outros dois. O casal não se sustenta só pelo sexo, nem por onde ele é feito, o objetivo é o relacionamento.”
Escravo de si mesmo
Traição, homossexualidade, ménage, swing, sadismo, masoquismo e outras práticas sexuais não estão de acordo com o que a Palavra de Deus ensina. Mas os assuntos estão em alta, não só pela minissérie ‘Felizes Para Sempre?’, mas também com o primeiro filme da trilogia ’50 tons de cinza’, que chega aos cinemas na próxima semana.
O pastor Genilson Soares da Silva, da Igreja Adventista da Promessa, pondera, em um artigo, o reflexo que esse tipo de entretenimento pode ter na vida real."A arte imita a vida. Ou seja, o que se vê e o que se lê faz parte da vida de muitos. Mas, por outro lado, a vida, também imita a arte. E como imita. Só que como o que se imita, é imitado dentro de quatro paredes, é muito raro vir à tona. E não se deve pensar que apenas os casais que não têm nada a ver com a moral que Deus propõe se deixam seduzir pelas propostas de sexo livre e solto da série da Globo e do livro - e agora filme - de James. Não é bem assim não. Muitos casais que dizem 'Senhor, Senhor', no anseio de tornar a vida sexual mais feliz e, principalmente, mais cheia de prazer, quando estão na cama seguem à risca o que leem e veem no mundo das artes."
O que pode ser inofensivo para alguns, pode ser a condenação de outros. “Muitos ignoram o fato de que o inimigo de nossa alma não trabalha para que o sirvamos, mas sim para que sirvamos a nós mesmos. Ele investe forte para que o ser humano se torne escravo de seus próprios desejos e fantasias”, alerta Dani Marques.
Não é de hoje que a televisão, o cinema, as personalidades, pregam o sexo livre e influenciam a mudança do comportamento conjugal e familiar. Mas é possível manter a família blindada e feliz, de acordo com o padrão divino. Para concluir, algumas palavras do que pensa Hernandes Dias Lopes sobre o conceito real de família e a tentativa da inversão de valores:
"Estamos assistindo, com tristeza, uma gritante inversão de valores na sociedade contemporânea. Chamam luz de trevas e trevas de luz. Escarnecem da pureza e incentivam a promiscuidade. Fazem troça do casamento e incentivam o divórcio. Veem nesse comportamento um avanço, um progresso, uma conquista em vez de enxergá-lo como sinal de decadência.
Há um empenho gigantesco para se recriar a família, sob novos moldes e padrões. Querem uma família acéfala, sem comando. Querem uma família amorfa, sem estrutura. Querem uma família às avessas, onde a masculinidade e a feminilidade não servem mais como protótipo. Querem destruir os fundamentos. Mas, se os fundamentos forem removidos, a casa cairá e será grande a ruína de todos. É tempo de erguermos nossa voz e chamarmos as famílias brasileiras ao bom senso. É tempo de lutarmos pela família como instituição divina."
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