Você já sabe da importância que a amizade tem na vida do seu filho, mas novas pesquisas norte-americanas mostram que as relações antagônicas também são saudáveis e necessárias para o desenvolvimento da criança. O estudo mais recente, realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, cruzou dados novos e antigos de adolescentes para delimitar como uma amizade se transforma em um relacionamento hostil.
O estudo apontou que as principais razões para o início de uma inimizade são: ciúme, incompatibilidade (de personalidade, gênio, ideias...), violações de regras internas e agressões. Entender estes motivos é o caminho ideal tanto para "resolver" o conflito com o amigo, quanto para a criança se conhecer melhor e identificar seus limites e características. Ou seja, é preciso conversar.
Embora o estudo tenha sido feito com adolescentes, a infância também é palco de relações conflituosas. E, para os pais, é ainda mais difícil de lidar (afinal, como assim alguém "não gosta" do seu filho)? "É uma tendência dos pais quererem eliminar qualquer forma de conflito na vida dos filhos, para evitar o sofrimento. Mas a criança precisa de um outro que a negue para aprender a se colocar socialmente", afirma Débora Vaz, diretora pedagógica da Escola Castanheiras. Estas relações de antipatia ajudam a criança a entender e respeitar as diferenças que existem entre as pessoas, além de perceber que nem todos serão seus amigos. E o mais difícil: que nem todos pensam da mesma forma. O desenvolvimento e o aprendizado surgem a partir de um problema, pois só enfrentando adversidades é que se aprende a superá-las.
A melhor opção é encarar a situação naturalmente, avaliando cada caso para estabelecer o limite da inimizade. Muitas vezes as crianças usam a agressividade para se comunicar e aprender a conviver. "Na infância as relações ainda são superficiais e não tão bem desenvolvidas a ponto de elas terem o conceito de inimigo formado. Nós adultos é que pensamos assim. Às vezes são apenas colegas que não combinam e têm opiniões diferentes", explica Débora. Converse com o seu filho, com a escola e com outras mães para entender melhor até que ponto as brigas são saudáveis e quando é necessário intervir e proteger a criança.
Por: Fernanda Carpegiani
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