Kelly Subirá diz como aplicar a Bíblia na rotina da família: “Podemos usar nosso contexto”

A esposa do pastor Luciano Subirá contou em entrevista ao Guiame como alicerçar a família na Palavra de Deus.

Fonte: Guiame, Marcos CorrêaAtualizado: sexta-feira, 10 de maio de 2019 às 17:37
Kelly Subirá em conferência na Igreja Apostólica Restaurando Nações, no Japão. (Foto: Guiame/Marcos Corrêa)
Kelly Subirá em conferência na Igreja Apostólica Restaurando Nações, no Japão. (Foto: Guiame/Marcos Corrêa)

Kelly Subirá ajudou seu marido, o pastor Luciano Subirá, a construir seu ministério e orientou seus filhos, Lissa e Israel, na caminhada cristã. Em entrevista ao Guiame durante a conferência Kingdom Movement, no Japão, ela incentivou as mulheres a estruturarem seu lar como mães e esposas.

Para ela, o primeiro passo é investir no ensino da Bíblia. “A palavra de Deus é simples. Os princípios de honrar a Deus e torná-Lo primeiro, ter o devocional, tempo de oração, a leitura da Palavra junto com os filhos desde pequenos”, disse Kelly ao Guiame na Igreja Apostólica Restaurando Nações Japan, em Kamisato, na província japonesa de Saitama.

“Há simplicidade nos princípios da Palavra, que são totalmente praticáveis. Ficamos preocupados com tantas coisas e deixamos de ter esse olhar para o simples”, observa.

Uma das práticas de sua família tem sido trazer a Palavra de Deus para seu contexto. “Costumamos ensinar porque devemos pedir perdão, porque devemos nos humilhar, porque temos que obedecer. Explicamos que não é por que foi uma ideia nossa, mas porque Deus estabeleceu. Essa coisa simples de mostrar exemplos na Palavra de Deus, de mostrar os personagens da Bíblia, é o que traz o ensino e a prática”.

Kelly também acredita que a família é sustentada pela intercessão da mulher. “A oração não é só a arma, é a luta. A oração não é só uma ferramenta, mas é a própria batalha. Se a gente não batalhar pela nossa casa, pelo nosso marido, pelos nossos filhos, quem vai fazer? A mulher que entende isso ocupa esse lugar aos pés de Jesus”, destaca.

Confira a entrevista completa:

Portal Guiame: A imagem da mulher moderna, rotulada pela sociedade, tem se afastado cada vez mais da imagem descrita pela Bíblia. Como recuperar essa essência em meio a tantos conceitos distorcidos?

Kelly Subirá: Nós temos vivido essa luta. Nesse momento, o feminismo está ganhando muita força e creio que o caminho de volta é investir no ensino da Palavra de Deus para as jovens, adolescentes e meninas. Até mesmo em casa as mães devem resgatar esse exemplo, porque vejo muitas mães ausentes e quem tem voz mais forte é a faculdade e outros ambientes. Eu creio que Deus tem restaurado isso através de tantos congressos de mulheres que temos visto acontecendo.

Eu entendo que a submissão, que é um dos aspectos mais chocantes para a mulher moderna, mas é uma questão que coração e Deus tem trabalhado nisso. Toda a questão de autoridade hoje está bagunçada. A criança tem dificuldade de se submeter ao professor, os adolescentes aos pais e assim por diante, mas eu creio que o ensino é a chave. Eu sou educadora e acredito na educação. O que nos liberta de um comportamento equivocado é realmente conhecer a verdade, conhecer a Palavra de Deus, voltar para essa essência, voltar para o princípio que devemos estabelecer dentro das nossas casas e igrejas.

Guiame: Qual é o papel da oração na vida da mulher que é coluna de um lar?

Kelly: Eu creio que todos temos esse lugar de desenvolver a intimidade com Deus, mas a mulher tem uma sensibilidade diferente do homem. A mulher é como um radar dentro de casa, percebemos muito o que está acontecendo. Até a questão emocional, essa sensibilidade, nos leva com mais intensidade os pés do Senhor. Isso traz resultados para toda a família.


Kelly Subirá durante entrevista ao Portal Guiame. (Foto: Guiame/Marcos Corrêa)

Uma mulher que ora traz um sustento para o coração da família. Eu vejo mulheres que oram pela conversão do marido, mães que sofrem com filhos nas drogas. A oração não é só a arma, é a luta. A oração não é só uma ferramenta, mas é a própria batalha. Se a gente não batalhar pela nossa casa, pelo nosso marido, pelos nossos filhos, quem vai fazer? A mulher que entende isso ocupa esse lugar aos pés de Jesus.

Eu tenho colhido ao longo desses anos, intercedendo, muitos frutos — ver o favor do Senhor em nossa casa, em nossa igreja e na vida de pessoas próximas. A mulher que entende isso é uma coluna e vai poder colher frutos desse clamor.

Guiame: Quais são os princípios essenciais para a mulher manter um lar fortalecido, tanto na criação dos filhos quanto no casamento?

Kelly: Eu volto para o mesmo lugar. A palavra de Deus é simples. Os princípios de honrar a Deus e torná-Lo primeiro, ter o devocional, tempo de oração, a leitura da Palavra junto com os filhos desde pequenos. Há simplicidade nos princípios da palavra, que são totalmente praticáveis. Ficamos preocupados com tantas coisas e deixamos de ter esse olhar para o simples.

Nós fizemos várias viagens com os nossos filhos, uma delas foi para a África. Lá não tinha energia e vivemos um tempo bem simples no sentido de oportunidades para eles. Eles eram pequenos e ficávamos todos juntos, ao redor de uma lanterninha. Foi a primeira viagem internacional que eles fizeram. Depois eles tiveram a chance de estar na Europa, nos Estados Unidos e ter muitas experiências sensacionais aos olhos naturais. Mas a viagem preferida deles foi a África. Eu perguntei: Por quê? Eles responderam: Porque nós tivemos tempo juntos.

Procuramos dar tantas coisas que não são necessárias, mas o essencial é a vida com Deus. Isso de um jeito natural, de um jeito gostoso. Uma coisa que nós fizemos foi trazer a Palavra para o nosso contexto. Costumamos ensinar porque devemos pedir perdão, porque devemos nos humilhar, porque temos que obedecer. Explicamos que não é por que foi uma ideia nossa, mas porque Deus estabeleceu. Essa coisa simples de mostrar exemplos na Palavra de Deus, de mostrar os personagens da Bíblia, é o que traz o ensino e a prática.

Eu vejo que as pessoas são muito orgulhosas, muito cheias de si. Elas não estão preocupadas com o que o outro sente ou precisa. É só o que eu preciso, o que eu quero. Isso se reflete nas crianças, nos casais. A palavra de Deus nos ensina a ter uma mentalidade doadora. Deus é totalmente doador. Ele deu o que tinha de melhor, o Filho Unigênito. Precisamos nos doar mais. Esses princípios são a chave.

Guiame: Hoje você e o Luciano estão sozinhos porque os filhos já voaram. Como preencher a síndrome do ninho vazio?

Kelly: No nosso caso o ninho ficou vazio de verdade, porque todos deixaram a casa e não paramos lá desde então. Eu ouvi experiências de casais que, quando o último filho saiu, começaram a implicar um com o outro, perceber coisas que não percebiam há muito tempo e tiveram que fazer um reaprendizado. O casal precisa ter em mente que esse momento vai chegar e que se não mantiverem um relacionamento de cumplicidade, quando os filhos saíram, o baque será maior. Uma forma de reduzir o baque é, antes de os filhos saírem, cultivar essa amizade e ter em mente que vocês dois precisam se fortalecer.

Quando chegar a hora, você precisa entender que é uma nova estação. Você precisa ter paciência como no começo, nos primeiros anos de casados. É preciso se voltar para a presença de Deus em oração, em amor, conversando muito. Casamento é comunicar as dificuldades e, juntos, vencer.

Nós já estávamos preparados porque fomos aprendendo antes. O Luciano sempre me dizia: se prepara porque os ‘bichinhos’ vão voar, não fique muito presa. Isso me ajudou a estar um pouco mais preparada. É natural que os filhos partam e se conseguirmos trabalhar isso antes, teremos ganhos. Se de repente alguém está nessa situação e não se preparou, tenha a humildade de ir conversando e reaprendendo.

A conferência Kingdom Movement contou com a ministração dos pastores brasileiros Claudio Duarte e Luciano Subirá, com suas esposas Mary Duarte e Kelly Subirá. 

Também esteve presente o pastor Elias Marcelo Caetano, diretor da Missão Mãos Estendidas (MME), que tem mais de 350 igrejas e centros infantis espalhados pela África. A organização missionária está presente no Japão através de seus representantes no país, Bruno e Naliane Hamamoto (+81 70 4027 3880).

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