Limites na hora de cuidar da família

Limites na hora de cuidar da família

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:46

Não bastassem as   preocupações das mulheres   com a administração da casa, a rotina de cuidados com o marido e os filhos e a dedicação ao trabalho, muitas vezes ainda é preciso se responsabilizar por outros familiares. Há casos que exigem atenção constante como, por exemplo, os pais ou sogros doentes ou viúvos; os irmãos ou cunhados com problemas financeiros; os sobrinhos que necessitam de orientação... Descubra como sobreviver nesse turbilhão sem se afrontar ou se sentir culpada.

Veja a seguir os pontos fundamentais que você deve levar em conta:

Faça uma lista de prioridades:   se você se inclui entre as coisas importantes a fazer, não se responsabilizará tanto só pelos outros, mas também por si mesma - sem remorsos por reservar um tempo para a sua própria vida. "É importante saber a diferença entre ser cuidadora e servidora. Para cuidar bem, a mulher precisa estar inteira. Muitas vezes a família é exploradora e suga a energia da mulher, exigindo dela uma atenção maior do que ela pode dar", alerta Marilda Lipp, autora do livro O Stress e a Beleza da Mulher (Ed. Connection Books).

Mantenha o equilíbrio:   o ideal é harmonizar o 'eu' e os outros, pois pender para um dos dois lados não é bom. "Seguir o caminho do meio é uma forma de organizar as coisas para não perder o pé da própria vida. É inevitável que, em determinadas fases, uma dedicação maior a um dos papéis provoque prejuízo nos demais campos. O drama surge quando esse cenário gera frustração. Por isso o equilíbrio é tão importante", explica o psiquiatra Luiz Cuschnir, autor do livro A Mulher e Seus Segredos - Desvendando o Mapa da Alma Feminina (Ed. Larousse). "Na vida, todos temos sempre mais de uma escolha diante de qualquer situação. Conciliar os seus sentimentos com as suas atitudes é o segredo para ser feliz. O que não pode é haver condutas extremas só para servir aos outros", conclui Cuschnir.

Mude seus hábitos:   não é fácil mudar um estilo de vida. Posicionar-se de modo diferente do habitual é penoso mas, nesse caso, importante. "Dizer não indica limites que significam deixar o outro sem algo. Isso nem sempre é prejudicial, pois pode ajudar quem está ao redor a perceber-se melhor ou buscar novos caminhos para preencher suas carências e se desenvolver dentro de uma limitação física ou afetiva", destaca Cuschnir. O não a uma solicitação do outro pode significar um sim para você. Caso contrário, o desgaste é enorme e irá até comprometer sua saúde a longo prazo. "A dedicação exclusiva ao ato de ajudar desenvolve stress, mau humor e também doenças físicas e emocionais. Proteger a si própria é garantir que você continuará dando assistência a quem precisa e é uma maneira legítima de não gerar outro doente ou dependente", enfatiza a psicóloga Marilda Lipp.

Não sinta culpa:   para quem é pressionada de todos os lados pela família que exige 100% de atenção, sentir-se culpada é inevitável. Para resgatar o bem-estar e a serenidade é preciso dar um tempo no papel de cuidadora, se resguardar e repor as energias. "Não é maldade ou falta de consideração respeitar o próprio limite. Mesmo porque, às vezes, quem está sendo ajudado tem um perfil egocêntrico que não reconhece a sua dedicação e gentileza", ressalta Marilda. Antes de se doar para outra pessoa ou situação é bom ter certeza de que o esforço não está sendo em vão.

Organize a sua nova rotina:   nessa roda-vida de stress emocional é imprescindível sair da rotina, ou seja, ter momentos de lazer e descanso. "Para trazer harmonia ao seu círculo de ação, a mulher precisa saber gerenciar o stress", diz Marilda Lipp. Uma boa opção é retomar a vida social, muitas vezes sacrificada por tantas tarefas e conflitos a resolver. Dar uma pausa nas responsabilidades faz bem ao corpo e à alma. "Qualquer coisa que tire a cuidadora da rotina fará com que apareçam caminhos emocionais diferentes que irão ajudá-la a buscar novas ideias, desafios e saídas para situações consideradas de difícil solução", acredita a psicanalista Glaucia Araujo.  

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