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Israel

Após 471 dias de cativeiro, Israel acolhe primeiras reféns libertadas pelo Hamas

As três reféns israelenses foram libertadas como parte de um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas.

Fonte: Guiame, com informações do Times of Israel e AFPAtualizado: segunda-feira, 20 de janeiro de 2025 às 12:39
Primeiras reféns libertadas após cessar-fogo (da esq. para a dir.) Doron Steinbrecher, Emily Damari e Romi Gonen. (Foto: IDF)
Primeiras reféns libertadas após cessar-fogo (da esq. para a dir.) Doron Steinbrecher, Emily Damari e Romi Gonen. (Foto: IDF)

Israel recebeu neste domingo (19) a libertação de três reféns que estavam em poder do Hamas desde  a invasão realizada em solo israelense em 7 de outubro de 2023. Cerca de 250 pessoas foram sequestradas durante o ataque terrorista.

A entrega das reféns foi resultado das negociações de cessar-fogo iniciadas em 15 de janeiro e faz parte de um acordo mais amplo que visa diminuir as hostilidades entre as partes envolvidas.

O documento estabelece os termos para o cessar-fogo temporário de 42 dias, que faz parte da primeira das três fases planejadas para o fim da guerra em Gaza. 

As primeiras reféns libertadas são: Romi Gonen, 24 anos, sequestrada durante o festival de música Supernova; Emily Damari, 28 anos, sequestrada no kibutz de Kfar Aza, na fronteira sul entre Israel e a Faixa de Gaza; e Doron Steinbrecher, 31 anos, também sequestrada no kibutz de Kfar Aza.

Celebração

Durante o domingo, milhares de pessoas aguardaram com faixas e placas o cumprimento do acordo na “Praça dos Reféns”, em Tel Aviv. O local simbólico para as famílias e para a nação, se tornou um ponto de encontro para aqueles que lutam pela liberdade dos sequestrados.

Emoções intensas, um clima de tensão e expectativa permearam o ambiente, enquanto todos aguardavam ansiosamente o momento da reunião das reféns com suas famílias, após longos dias de angústia e incertezas.

“Romi está voltando! Emily está voltando! Doron está voltando!”, celebraram os presentes assim que houve a confirmação de que a transferência havia sido realizada.

Após serem recebidas pela Cruz Vermelha, as reféns foram encaminhadas ao hospital para a realização dos primeiros exames médicos antes de se reunirem com suas famílias.

Doron Steinbrecher

Em março do ano passado, Dor Steinbrecher, o irmão da enfermeira veterinária Doron Steinbrecher, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guiame relatando a angústia vivida por sua família.

“É uma luta desde a hora de acordar até a hora de dormir. Mal estamos dormindo, as noites são muito difíceis. A gente vive pensando na Doron e no que ela está passando no cativeiro do Hamas”, disse Dor ao Guiame. 

Doron, que está com 31 anos, estava no alojamento para residentes jovens e solteiros, mas estava em contato com sua irmã, que é casada, e seus pais — todos moram no kibutz. Seu irmão, Dor, é o único da família que mora mais afastado, na região central de Israel.

Durante o ataque, Doron entrou em contato por telefone com sua mãe, informando que estava se escondendo no quarto seguro. Ela se deitava debaixo da cama e ouviu os terroristas tentando invadir o apartamento. A ligação foi interrompida, e sua mãe não conseguiu mais falar com ela

Somente depois, a família de Doron teve acesso a uma mensagem de voz “aterrorizante” da jovem avisando seus amigos: “Eles chegaram! Eles me pegaram!”

Emily Damari

Emily Damari, de 28 anos, “está com uma saúde muito melhor do que esperávamos”, disse sua mãe, Mandy Damari, em um comunicado divulgado pelo Hostages and Missing Families Forum, organização formada por familiares de sequestrados ou desaparecidos durante o ataque do Hamas.

“Ontem, finalmente consegui abraçar Emily, como eu sonhava em fazer há muito tempo”, ela diz, agradecendo ao público pelo apoio inabalável nos últimos 15 meses. “Vocês todos são parte integrante da família de Emily.”

“Foi uma grande alegria ter um vislumbre — junto com o resto do mundo — da força, determinação e carisma de Emily quando ela foi libertada”, ela continua. “Nas próprias palavras de Emily — ela é a mulher mais feliz do mundo; ela tem sua vida de volta.”

Romi Gonen

Hoje com 24 anos, Romi Gonen foi sequestrada durante o festival de música eletrônica perto da fronteira com Gaza. Naquela manhã, sua mãe, Merav, e sua filha mais velha passaram quase cinco horas conversando com Romi enquanto militantes saqueavam o local do evento.

Romi relatou à sua família que as estradas, congestionadas com carros abandonados, tornaram impossível a fuga e que ela buscaria abrigo entre alguns arbustos.

Então, ela disse palavras que ficaram na cabeça de sua mãe todos os dias: “Mamãe, eu fui baleada, o carro foi baleado, todo mundo foi baleado... Estou ferida e sangrando. Mamãe, acho que vou morrer”, relatou em uma coletiva de imprensa algumas semanas após o sequestro.

Sem saber o que fazer, Merav Gonen tentou convencer sua filha de que ela não iria morrer, que deveria começar a respirar e cuidar de seus amigos feridos.

De acordo com Merav, a última palavra de Romi durante a ligação foi um grito de “Mamãe!” enquanto os tiros se aproximavam e os gritos dos homens abafavam tudo ao redor.

471 dias

As reféns ficaram 471 dias em cativeiro dentro da Faixa de Gaza e foram entregues em troca de 90 prisioneiros palestinos em poder de Israel. A informação foi confirmada pelo serviço penitenciário israelense na Cisjordânia na madrugada desta segunda-feira (20/1), no horário local.

As negociações pelo cessar-fogo aconteceram em um momento delicado, em meio a um intenso conflito que chegou a colocar Israel em sete frentes de batalha contra outros grupos terroristas.

Entre os principais mediadores internacionais das negociações para o cessar-fogo entre Israel e o Hamas estão Catar, Egito e EUA.

O acordo de cessar-fogo está dividido em três fases. Nesta primeira fase, que começou em 19 de janeiro de 2025, ocorreu a libertação de três reféns, como parte das negociações para reduzir as hostilidades.

Na segunda fase, espera-se que haja um alívio gradual das tensões, com mais prisioneiros sendo libertados e o cessar das hostilidades em algumas áreas específicas.

Finalmente, a terceira fase consiste em um acordo de paz, com a realização de negociações mais amplas para tratar das questões políticas e de segurança entre as partes envolvidas, visando estabilizar a região a longo prazo.

De acordo com informações disponíveis até o momento, 94 reféns israelenses permanecem em cativeiro pelo Hamas na Faixa de Gaza. Desses, 60 são considerados vivos e 34 mortos.

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