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Como a queda de Assad na Síria afeta a segurança de Israel

Israel bombardeou alvos estratégicos na Síria e ocupou a zona desmilitarizada nas Colinas de Golã para evitar que armamentos chegassem a grupos hostis como o Hezbollah e milícias iranianas.

Fonte: Guiame, com informações do UOL e ReutersAtualizado: quarta-feira, 11 de dezembro de 2024 às 12:19
Tropas operando para restaurar a segurança em Israel. (Foto: Instagram/IDF)
Tropas operando para restaurar a segurança em Israel. (Foto: Instagram/IDF)

A recente queda do regime de Bashar al-Assad na Síria provavelmente trará tanto desafios quanto oportunidades para Israel. A instabilidade decorrente dessa mudança exige vigilância constante, pois o vácuo de poder que pode surgir na Síria abriria espaço para novos atores regionais, o que poderia agravar ainda mais a situação de segurança tanto para Israel quanto para o Oriente Médio como um todo.

De olho nessa possibilidade, Israel intensificou suas operações militares na Síria, incluindo a capital Damasco, realizando mais de 350 ataques aéreos em um período de dois dias, segundo a Reuters.

Esses ataques visaram instalações militares, depósitos de armas e navios da Marinha síria, com o objetivo de evitar que armamentos caíssem em mãos de grupos extremistas.

Os bombardeios atingiram baterias antiaéreas, campos de aviação militar, instalações de produção de armas, aeronaves de combate e mísseis. Além disso, navios de mísseis israelenses atacaram instalações navais sírias nos portos de Al-Bayda e Latakia, onde 15 embarcações navais estavam atracadas, e na base naval de Tartus.

Ainda segundo a Reuters, o objetivo desses ataques é destruir armas estratégicas e infraestrutura militar para evitar que sejam utilizadas por grupos rebeldes que derrubaram Assad, alguns dos quais têm raízes em movimentos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico. Israel também busca impedir o reabastecimento de milícias iranianas e do Hezbollah com armamentos avançados.

Autoridade de Israel, entre elas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, se manifestaram sobre os bombardeios em território sírio.

"Não temos intenção de interferir nos assuntos internos da Síria, mas claramente pretendemos fazer o que for necessário para garantir nossa segurança", disse Netanyahu.

"Eu autorizei a força aérea a bombardear capacidades militares estratégicas deixadas pelo exército sírio, para que eles não caíssem nas mãos dos jihadistas."

Influência do Irã

A queda de Assad também significa a redução da influência iraniana na região, o que pode promover uma diminuição nas ameaças representadas por grupos aliados ao Irã, como o Hezbollah no Líbano e as milícias xiitas na Síria contra Israel.

De acordo com a agência de notícias estatal iraniana IRNA, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse ter evidências de que os eventos que ocorreram na Síria, levando à deposição do ex-presidente Assad, foram planejados pelos EUA e Israel.

Khamenei afirmou que a intervenção ocidental na Síria foi uma tentativa deliberada de desestabilizar a região e enfraquecer os aliados do Irã, com o objetivo de limitar a influência iraniana no Oriente Médio.

O líder iraniano também ressaltou que a queda de Assad seria parte de uma estratégia mais ampla para criar um cinturão de hostilidade contra o Irã, alinhando potências regionais e internacionais com os interesses ocidentais.

"Não deve haver dúvidas de que o que aconteceu na Síria é resultado de um plano conjunto americano e sionista", Khamenei teria declarado.

Colinas de Golã

A queda do regime sírio, que ficou mais de 50 anos no poder, levou Israel a entrar em território sírio, reforçando a proteção nas Colinas de Golã. Objetivo principal das Forças de Defesa de Israel (IDF) é garantir a segurança e a estabilidade na fronteira com a Síria.

“As IDF implantaram forças na zona-tampão e em vários outros lugares necessários para sua defesa, para garantir a segurança das comunidades das Colinas de Golã e dos cidadãos de Israel”, escreveu a IDF no X.

Para isso, unidades israelenses de paraquedistas, juntamente com outras forças militares, estão realizando patrulhas na zona desmilitarizada das Colinas de Golã.

Conforme comunicado das IDF, essas tropas são posicionadas em postos de controle e operam sob a supervisão de brigadas regionais, como a Brigada Golã e a Brigada de Montanha, com a missão de proteger a fronteira e prevenir qualquer tentativa de incursão.

No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, destacou que a presença de tropas israelenses em território sírio é “limitado e temporário”.

O exército israelense também confirmou que as tropas assumiram o controle da porção síria do Monte Hermom, onde Saar disse que as IDF estão posicionadas a uma distância que varia de apenas alguns metros até cerca de três quilômetros da fronteira, conforme a delimitação que Israel considera válida nas Colinas de Golã.

Soldados da Unidade Shaldag mantendo os israelitas seguros no Monte Hermon. (Foto: Instagram/IDF)

 

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