O ex-presidente do Supremo Tribunal da África do Sul, Mogoeng Mogoeng, foi condenado a se desculpar por apoiar Israel, durante sua participação em um encontro online do jornal The Jerusalem Post.
No evento, que aconteceu em julho de 2020, com o rabino sul-africano Warren Goldstein, Mogoeng declarou que apoiava Israel devido a suas crenças cristãs.
“Tenho a obrigação, como cristão, de amar Israel, orar pela paz de Jerusalém, que na verdade significa a paz de Israel. E não posso, como cristão, fazer outra coisa senão amar e orar por Israel, porque eu sei que o ódio por Israel por mim e por minha nação só pode atrair maldições sem precedentes sobre nossa nação”, afirmou o juiz.
E completou: “Faríamos bem em refletir sobre a objetividade envolvida na adoção de uma determinada atitude em relação a um determinado país que não tirou tanto e injustamente da África do Sul e da África como outras nações que consideramos uma honra ter relações diplomáticas conosco”.
O Africa4Palestine e o movimento BDS, uma campanha de boicote a Israel em defesa da Palestina, apresentaram uma queixa na Justiça contra os comentários de Mogoeng, sob a acusação de violação do Código de Conduta Judicial. Na época, Mogoeng, que se aposentou em outubro de 2021, ainda estava no cargo judiciário.
O ex-presidente do Supremo, que também é pastor, contestou a queixa, argumentando que os juízes não deveriam ser “censurados ou amordaçados”.
“Respeito a lei. Não vou desafiar a lei. Mas se chegar ao ponto em que sou forçado a fazer o abominável, ou sou forçado a rejeitar Deus, prefiro ficar sem dinheiro, sem qualquer posição. Jamais me recusarei a obedecer ao Senhor”, disse.
O Comitê de Apelação de Conduta Judicial condenou Moegoeng, afirmando que ele violou o Código de Conduta Judicial ao se envolver “em atividades extrajudiciais que são incompatíveis com a confiança e a imparcialidade dos juízes”.
O Comitê ordenou que o ex-juiz emitisse um pedido de desculpas formal. Moegoeng se recusou a se desculpar e recorreu da decisão, porém, seu recurso foi negado na quinta-feira (20).
“Se eu chegar ao ponto em que há um julgamento que diz: 'Você deve dizer que odeia Israel e os judeus', eu preferiria deixar de ser o presidente do Supremo. Se eu chegar ao ponto em que eles dizem: 'Mogoeng, você deve dizer que odeia os palestinos e a Palestina', eu preferiria deixar o cargo do que fazê-lo. Não vou me desculpar por nada. Não há nada para se desculpar”, declarou o cristão.
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