Na manhã desta quarta-feira (18), o Irã lançou dois mísseis balísticos contra Israel, enquanto o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, declarou que “a batalha começou” e conclamou a população a não demonstrar “nenhuma misericórdia” em relação aos israelenses.
Enquanto isso, a Força Aérea de Israel (IAF) conduziu uma série de bombardeios em Teerã, tendo como alvos uma instalação de produção de centrífugas e múltiplos centros dedicados à fabricação de armamentos, conforme informaram as autoridades militares.
A primeira rajada de mísseis do Irã soou sirenes em amplas regiões de Israel pouco após as 00h40 [horário local]. Cerca de 40 minutos depois, uma nova ofensiva ativou alertas em diversas comunidades do centro do país e em múltiplos assentamentos na Cisjordânia.
Segundo as IDF, aproximadamente 30 mísseis foram lançados pelo Irã durante os ataques noturnos, sendo que a maior parte deles foi interceptada pelos sistemas de defesa aérea.
Minutos antes dos ataques, o Comando da Frente Interna das Forças de Defesa de Israel emitiu alertas à população, avisando sobre a aproximação de mísseis e orientando os moradores a buscarem abrigo. Após cada ofensiva, as IDF sinalizavam que já era seguro deixar os refúgios antiaéreos.
Apesar dos ataques consecutivos, não houve registro de feridos. No entanto, um incêndio foi deflagrado em um estacionamento no centro de Israel, danificando cerca de 20 veículos, segundo informou o Corpo de Bombeiros e Resgate. A causa provável foi a queda de destroços resultantes de uma interceptação, e não um impacto direto dos mísseis.
Mísseis hipersônicos
A Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) afirmou ter utilizado mísseis hipersônicos nos ataques, alegação que Israel contesta, negando que o Irã disponha desse tipo de armamento.
"A 11ª onda da orgulhosa Operação Promessa Honesta 3 usando mísseis Fattah-1" foi realizada, disse a IRGC em uma declaração transmitida pela televisão estatal, alegando que as forças iranianas "ganharam controle total sobre os céus dos territórios ocupados".
Durante a madrugada, sirenes de alerta foram acionadas em diversas regiões: nas proximidades do Mar Morto, por suspeita de infiltração de drones; pouco antes das 6h, em comunidades do norte de Israel; logo após as 9h, nas Colinas de Golã; e mais uma vez nessa mesma região por volta das 10h.
Mais tarde, os militares confirmaram que haviam abatido um total de 13 drones do Irã, a maioria deles antes de cruzarem o espaço aéreo israelense.
Os ataques noturnos com mísseis ocorreram após uma série de investidas menores registradas ao longo da terça-feira. Segundo as IDF, havia indícios de que a ofensiva iraniana estava perdendo intensidade, possivelmente devido à degradação das capacidades militares do Irã provocada pelos bombardeios israelenses.
“Devemos dar uma resposta firme ao regime terrorista sionista”, escreveu Khamenei em sua conta no X, em inglês, após o segundo bombardeio de mísseis na manhã de quarta-feira. “Não mostraremos misericórdia aos sionistas.”
Ele também divulgou uma mensagem semelhante em hebraico, além de uma publicação em persa com referências xiitas, proclamando que “a batalha começa” e evocando o retorno a Khaybar – uma antiga cidade conquistada por muçulmanos no século VII, então habitada por judeus.
A postagem continha a imagem de um homem segurando uma espada entrando em um portão parecido com um castelo, com raios de fogo no céu.
به نام نامی #حیدر، نبرد آغاز میگردد
— KHAMENEI.IR | فارسی 🇮🇷 (@Khamenei_fa) June 17, 2025
علی با ذوالفقار خود، به #خیبر باز میگردد#الله_اکبر pic.twitter.com/yGYrXUDGoK
Enquanto isso, as IDF emitiram um alerta de evacuação na quarta-feira, orientando os moradores do Distrito 18, em Teerã, a deixarem a região, sob a justificativa de que operações contra alvos militares seriam realizadas no local.
Pouco depois, os militares confirmaram que a Força Aérea Israelense havia iniciado uma nova série de ataques na capital iraniana.
Mais tarde, os militares confirmaram que mais de 50 caças da IAF realizaram ataques contra cerca de 20 alvos em Teerã, incluindo uma unidade de produção de centrífugas iraniana e diversas instalações de produção de armas.
A instalação de centrífugas localizada em Teerã foi utilizada pelo Irã para ampliar o alcance e a velocidade do enriquecimento de urânio, com o objetivo de viabilizar o desenvolvimento de armas nucleares, diz as IDF.
Segundo os militares, os alvos incluíram instalações responsáveis pela produção de materiais e peças usadas na montagem de mísseis terra-terra e sistemas terra-ar destinados a atingir aeronaves israelenses.
Veículos de imprensa iranianos noticiaram que Israel atingiu uma universidade vinculada à IRGC na região leste de Teerã. Também foram relatadas explosões na unidade de produção de mísseis de Khojir, nos arredores da capital, e em Karaj – cidade onde Israel já havia bombardeado anteriormente uma instalação de centrífugas.
Durante coletiva na manhã de quarta-feira, o porta-voz da IDF, Brig. Gen. Effie Defrin, afirmou que a Força Aérea de Israel atingiu mais de 1.100 alvos iranianos em centenas de ataques realizados desde sexta-feira.
“Estamos operando sistematicamente para neutralizar a ameaça nuclear”, disse ele, acrescentando que os ataques estavam “aprofundando os danos significativos” causados aos mísseis balísticos e às defesas aéreas do Irã.
Além disso, na manhã de quarta-feira, um drone da IAF bombardeou cinco helicópteros iranianos AH-1 em uma base aérea em Kermanshah, disse Defrin.
"A missão deles era tentar danificar nossas aeronaves", disse ele. As Forças de Defesa de Israel (IDF) divulgaram imagens mostrando os ataques.
חיל האוויר זיהה ותקף חמישה מסוקי קרב בבסיס צבאי במרחב כראמנשה
— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) June 18, 2025
לאורך שעות הבוקר, כלי טיס של חיל האוויר המשיכו לטוס מעל שמי איראן ולאתר יעדים לתקיפה.
חיל האוויר זיהה ותקף חמישה מסוקי קרב איראניים מסוג AH-1 שהיו בבסיס צבאי במרחב בכראמנשה.
מסוקים אלו נועדו לפגוע בכלי הטיס של חיל… pic.twitter.com/3efzwbmumW
E, segundo confirmação do exército israelense, um drone da Força Aérea de Israel (IAF) foi abatido durante a noite na região de Isfahan, no centro do Irã – aparentemente, a primeira ocorrência desse tipo.
Agora em seu sexto dia, a operação israelense no Irã foi lançada com o objetivo de remover a “ameaça existencial” do programa nuclear iraniano e das capacidades de mísseis balísticos.
Israel justifica sua ofensiva contra líderes militares, cientistas nucleares e instalações estratégicas iranianas como uma medida preventiva para impedir que o regime, que já ameaçou destruir o Estado judeu, avance no desenvolvimento de armas atômicas.
O Irã retaliou lançando mais de 400 mísseis e centenas de drones contra Israel. Até o momento, 24 pessoas foram mortas em Israel e mais de 500 ficaram feridas.
Ataques israelenses ao Irã mataram pelo menos 224 pessoas, de acordo com autoridades iranianas.
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