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Israel

Manifestantes ateiam fogo em bonde e gritam ‘judeus são um câncer’ em Amsterdã

Mais 5 suspeitos dos ataques contra os torcedores israelenses foram presos em Amsterdã, elevando o total para 68.

Fonte: Guiame, com informações do Times of IsraelAtualizado: terça-feira, 12 de novembro de 2024 às 12:36
Bonde incendiado durante tumultos em Amsterdã enquanto as tensões permanecem elevadas. (Captura de tela/YouTube/Euronews)
Bonde incendiado durante tumultos em Amsterdã enquanto as tensões permanecem elevadas. (Captura de tela/YouTube/Euronews)

A polícia de Amsterdã prendeu vários suspeitos após um confronto violento entre manifestantes e policiais na noite de segunda-feira (11), durante o qual um bonde foi incendiado e slogans antissemitas, como "judeus são um câncer", foram gritados.

As imagens registradas indicam que os atos de violência foram uma continuação dos ataques realizados por manifestantes muçulmanos e árabes contra torcedores de futebol israelenses na noite da última quinta-feira (07).

Os vídeos foram compartilhados no X (Antigo Twitter) pelo político holandês Geert Wilders, que lidera o maior partido no parlamento.

Um outro vídeo mostrou uma bandeira palestina pendurada perto de um dos principais locais de atrito durante os confrontos.

Um porta-voz da polícia informou que um bonde, no oeste de Amsterdã, foi incendiado, provavelmente devido a fogos de artifício lançados contra ele. Além disso, as janelas do veículo foram quebradas.

Apesar da violência, ninguém ficou ferido no incidente, pois o bonde estava vazio no momento, informou o porta-voz.

Imagens da emissora de TV local AT5 mostraram várias pessoas na praça lançando fogos de artifício, postes e paletes de madeira. 

Estado de emergência

A polícia de Amsterdã solicitou que as pessoas evitassem o local e informou que esquadrões de choque permaneceriam no local para restaurar a ordem.

Além disso, o estado de emergência em vigor desde os tumultos da semana passada foi estendido até as 7h da manhã de terça-feira. 

As autoridades disseram ainda que não estava claro quem iniciou os distúrbios na noite de segunda-feira e se eles estão relacionados aos eventos ocorridos na semana passada.

A polícia de Amsterdã observou um clima tenso desde a quinta-feira anterior, quando cinco pessoas foram hospitalizadas e dezenas detidas após a partida entre Maccabi Tel Aviv e Ajax.

Gangues árabes e muçulmanas 

Autoridades israelenses relataram que 10 pessoas ficaram feridas durante a violência de gangues árabes e muçulmanas contra torcedores do Maccabi Tel Aviv.

Centenas de israelenses se refugiaram em seus hotéis por horas, temendo ataques. Testemunhas afirmaram que as forças de segurança holandesas estavam ausentes, enquanto os turistas israelenses foram emboscados por agressores mascarados que gritavam slogans pró-palestinos e anti-Israel, enquanto os caçavam, espancavam e assediavam.

Na segunda-feira, a polícia de Amsterdã prendeu cinco pessoas sob suspeita de envolvimento na onda de violência ocorrida na noite de quinta-feira anterior, considerada antissemita pelas autoridades locais. 

Os últimos suspeitos presos identificados pela polícia têm idades entre 18 e 37 anos e vivem na Holanda. Anteriormente, 63 pessoas já haviam sido presas.

O recém-nomeado Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, afirmou em Jerusalém que o número de prisões relacionadas aos conflitos em Amsterdã na semana passada foi "muito baixo". 

Na segunda-feira, o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, condenou veementemente os ataques a homens israelenses por manifestantes árabes e muçulmanos, classificando-os como "violência antissemita pura". Ele enfatizou que não há justificativa para a "caça deliberada de judeus". 

"Quatro dias após os ataques, o choque, a vergonha e a raiva permanecem. Foi uma violência antissemita pura. Precisamos de ações contundentes para lidar com os responsáveis", disse Schoof em uma coletiva de imprensa, acrescentando que "a intolerância não pode ser enfrentada com tolerância."

Depoimentos de testemunhas

A polícia holandesa está investigando imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas sobre os ataques aos torcedores do Maccabi Tel Aviv em Amsterdã. As autoridades também estão analisando a conduta dos próprios torcedores israelenses durante os incidentes. 

"Também sei que há imagens sobre o comportamento dos torcedores do Maccabi. Isso também está sendo investigado e é importante que todos os fatos sejam revelados", disse Schoof.

Um vídeo nas redes sociais mostrou torcedores do Maccabi gritando slogans antiárabes e retirando bandeiras palestinas de prédios próximos ao local onde estavam hospedados.

"Mas há uma grande diferença entre destruir coisas e caçar judeus", disse Schoof.

"Não há nada, absolutamente nada, que justifique a busca deliberada e a caçada aos judeus", afirmou o primeiro-ministro holandês, acrescentando: "Falhamos com nossa comunidade judaica."

Schoof se encontraria com membros da comunidade judaica na terça-feira para discutir ações contra o antissemitismo.

Futebol europeu

A UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) anunciou que a partida da Liga Europa entre Besiktas e Maccabi Tel Aviv, inicialmente prevista para Istambul em 28 de novembro, será disputada em Debrecen, na Hungria. 

"A partida será disputada com portões fechados, seguindo uma decisão das autoridades locais húngaras", afirmou o órgão dirigente do futebol europeu em um comunicado.

O Besiktas já havia comunicado que sua partida contra o Maccabi Tel Aviv seria realizada "em um país neutro" por questões de segurança. No comunicado de segunda-feira, o clube afirmou que os eventos ocorridos em Amsterdã foram a razão para a decisão de disputar o jogo com portões fechados.

"Em razão dos recentes incidentes ocorridos entre os torcedores do Ajax e do Maccabi Tel Aviv, a partida será realizada sem a presença de espectadores", disse o clube de Istambul.

"Pedimos gentilmente aos nossos torcedores que cancelam seus planos de viagem para este jogo a fim de evitar possíveis inconvenientes."

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