Um artigo publicado em um jornal da Turquia que tem laços estreitos com o presidente do país, Recep Tayyip Erdoğan, expõe o desejo do regime de formar um “exército do Islã” para sitiar e atacar Israel.
O artigo do jornal Yeni Şafak convida 57 países do mundo muçulmano, que são membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), para unir forças contra os israelenses, argumentando que eles seriam amplamente superados em número e incapazes de defender seu país.
Traduzido e publicado pelo Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio (MEMRI), o artigo detalha como a junção das forças terrestres, aéreas e navais poderiam derrotar Israel militarmente em 10 dias e diplomaticamente em 20 dias, liberando, assim a Palestina.
De acordo com o MEMRI, os principais pontos do artigo foram baseados no site da empresa SADAT, que promove a cooperação militar pan-islâmica.
A SADAT foi fundada pelo assessor militar sênior do presidente Erdogan, Adnan Tanriverdi. O grupo fornece informações sobre “defesa e guerra convencionais e não convencionais”. Sua missão é ajudar “o mundo islâmico a tomar o lugar legítimo entre as superpotências”.
Um dos artigos publicados no site da SADAT descreve Israel como “os olhos, as orelhas e o punho do mundo cristão”.
Baseada em fontes de segurança israelenses, o MEMRI observa que a SADAT fornece financiamento e equipamentos militares ao Hamas na Faixa de Gaza com o objetivo de criar um exército palestino para lutar contra Israel.
“Se os Estados membros da OCI se unirem e formarem uma força militar conjunta, será o maior exército do mundo. A população total desses países é de 1.674.526.931. O número de soldados em serviço ativo nesses países é de pelo menos 5.206.100”, calcula o artigo.
A publicação ainda observa que a população de Israel — com pouco mais de 8 milhões de pessoas — e suas forças militares são “significativamente inferiores”, diante da Turquia, que possui mais de 14 milhões de habitantes.
“A Turquia sozinha é superior [a Israel]” e “servirá como uma sede importante durante a operação, devido às suas infra-estruturas terrestres, aéreas e navais”, informa o artigo. O jornal diz que a Turquia está buscando alianças com países muçulmanos no Oriente Médio e na África.
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