Partes de um muro de 3.200 anos, que pertence ao local bíblico do altar de Josué no Monte Ebal, foram destruídas pela Autoridade Palestina durante obras realizadas nas estradas da região, de acordo com a organização israelense Shomrim al Hanetzach.
O local é localizado próximo à cidade palestina de Nablus, também conhecida pelo nome bíblico de Siquém. Por pertencer à região da Cisjordânia, está sob os auspícios da Autoridade Palestina — e a Administração Civil de Israel, que opera na Cisjordânia, não tem supervisão no local.
De acordo com a Bíblia, depois de vencer a batalha contra a cidade de Ai, Josué construiu no monte Ebal um altar dedicado a Deus, conforme as especificações do Livro da Lei de Moisés: um altar de pedras não lavradas, nas quais não se usou ferramenta de ferro. (Josué 8:30-31)
Segundo a Shomrim al Hanetzach, os trabalhadores palestinos teriam aterrado pedras antigas da parede externa do local e transformado em cascalho para pavimentar a estrada, além de usar pedras de dentro do próprio local.
O altar permanece intacto, mas a Shomrim al Hanetzach, que se concentra na preservação de antiguidades em Israel, Judeia e Samaria, disse temer que danos adicionais ao local ainda possam ocorrer.
A organização apontou para uma promessa do Ministro de Assuntos Estratégicos, Michael Biton, que também é ministro da Defesa, de que nenhum dano aconteceria ao local como resultado da construção da estrada.
A notícia da destruição causou um clamor imediato entre os políticos de direita em Israel.
O membro do Knsset e chefe do Partido Sionista Religioso, Bezalel Smotrich, chamou a destruição de um “fracasso insano”, cujos “resultados são irreversíveis”.
O ex-ministro da Justiça, Ayelet Shaked, também lamentou o ocorrido: “Há tentativas implacáveis de enfraquecer nosso domínio sobre nossa pátria e de obscurecer o passado glorioso do povo judeu na Terra de Israel, tanto por meio de atos terroristas quanto da destruição da arqueologia”, disse
“O governo sabia que um trabalho estava sendo feito nesta área, mas parte do sítio arqueológico foi destruído”, acrescentou Shaked.
O chefe do Conselho Regional de Samaria, Yossi Dagan, disse que o dano ao local foi uma consequência infeliz do fracasso do governo em preservar a herança judaica na Judeia e Samaria.
Guy Derech, da Shomrim al Hanetzach, disse que o altar é um dos sítios arqueológicos mais importantes e que prejudicá-lo é uma violação dos Acordos de Oslo, feito em 1993 entre o governo de Israel e o Presidente da Organização para a Libertação da Palestina.
“Pedimos ao primeiro-ministro e aos ministros do governo que parem de enterrar suas cabeças na areia e comecem a trabalhar antes que não haja mais herança”, disse Derech.
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