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Israel

Turistas cristãos foram forçados a usar roupa com símbolo “humilhante” no Monte do Templo

Pastor que dirigia o grupo de turistas afirma não voltar mais ao Monte do Templo.

Fonte: Guiame, com informações do Israel 365 NewsAtualizado: quinta-feira, 12 de janeiro de 2023 às 12:44
Visitantes no Monte do Templo vestindo roupas amarelas que os diferenciam dos muçulmanos. (Foto: Beyadenu/Israel365 News)
Visitantes no Monte do Templo vestindo roupas amarelas que os diferenciam dos muçulmanos. (Foto: Beyadenu/Israel365 News)

Um grupo de turistas cristãos que visitaram o Monte do Templo em Israel foram forçados pelo Waqf Islâmico de Jerusalém a usar roupas com listras amarelas brilhantes. Turistas israelenses denunciaram o incidente humilhante.

A escolha da cor não parece ser uma coincidência, pois no passado as roupas amarelas demonstravam a diminuição da classe social dos não-muçulmanos no Islã.

O Waqf é uma corporação jordaniana com status de custódia nos locais sagrados de Jerusalém. O Monte do Templo é conhecido pelos muçulmanos como Haram al-Sharif ou Santuário Nobre, onde fica a Mesquita Al-Aqsa. Não-muçulmanos, incluindo judeus, sofrem severas restrições para visitar a região.

Um pastor norueguês — que prefere permanecer anônimo — liderou um grupo de 35 turistas cristãos em uma visita a Israel. Uma semana antes do grupo, ele subiu ao Monte do Templo com três mulheres cristãs. 

Chegando no local, representantes do Waqf abordaram o grupo e os instruíram a usar roupas especiais fornecidas por eles. As roupas tinham um tecido marrom longo e cobriam todo o corpo. Eles também foram obrigados a usar uma cobertura para a cabeça e uma faixa amarela brilhante descendo pelas laterais.

O pastor afirmou que esteve em Israel anteriormente e subiu o Monte do Templo repetidas vezes, mas  foi a primeira vez que ele foi obrigado a usar o traje estranho e acrescentou que as mulheres se sentiram humilhadas. 

Testemunhas confirmaram o ocorrido

A história foi confirmada pela organização de ativistas do Monte do Templo Beyadenu, que realizava passeios no local durante o episódio. 

“Não me lembro disso acontecer até recentemente”, disse um guia turístico ao jornal Israel 365 News. 

Porém, Yaakov Hayman, um ativista da oração judaica no Monte do Templo, diz que os turistas são obrigados a usar a vestimenta em diversas ocasiões — principalmente no verão — quando estão com o corpo mais exposto.

“Não é novo, mas está se tornando mais frequente”, revela Hayman. 

Segundo ele, a intenção foi tão humilhante, que a organização ‘Women for the Temple’ — que lida com questões do Monte do Templo específicas para mulheres — disponibilizou saias modestas para as mulheres.

Origem da Roupa Amarela

Amit Barak, chefe da Iniciativa Jerusalémitas e guia turístico, explicou que a vestimenta tem a ver com o código de segurança islâmico do século IX. As condições do código permitiam que os protegidos vivessem com segurança, administrassem suas comunidades e até autorizassem o culto religioso, mas sob certas restrições. Judeus, cristãos e samaritanos não podiam construir novas casas de oração, andar a cavalo, realizar cultos religiosos em público e, entre outras coisas, eram obrigados a usar roupas diferentes das dos muçulmanos na esfera pública.

Nos séculos XIII-XVI, os não-muçulmanos, referidos como Dhimmi, foram forçados a usar roupas que os distinguiam dos muçulmanos. Os judeus eram obrigados a usar turbantes amarelos, os cristãos turbantes azuis e os samaritanos usavam vermelho. Alternativamente, os cristãos eram obrigados a usar um cinto amarelo chamado Zunār.

Em 2001, os hindus do Afeganistão foram obrigados a usar distintivos amarelos para separar as comunidades “não-islâmicas” e “idólatras” das islâmicas.


Autoridades muçulmanas mantêm o monopólio do Monte do Templo e gera conflito entre visitantes. (Foto: Beyadenu/Israel365 News)

Domínio muçulmanos nos arredores do Templo

Enquanto a lei israelense exige igualdade e liberdade de religião em locais sagrados, a polícia israelense impõe restrições ao Monte do Templo devido a ameaças de violência árabe-muçulmana aos judeus no local.

Os judeus israelenses são limitados nos horários em que podem visitar o Templo e passam por uma verificação de antecedentes. Não podem carregar objetos para rituais, livros e bandeiras. Eles também não podem orar e manifestar publicamente sua fé.

Eles só podem entrar no local por um portão seguindo um cronograma rígido. Assim como, devem permanecer em grupos limitados e sempre acompanhados por um policial para sua segurança e cumprimento das restrições.

Turistas, judeus e cristãos, precisam obedecer a restrições semelhantes, só podem entrar no Monte do Templo por um portão (o Portão Mughrabim/Hillel), gerando filas muito longas. 

Não há instruções ou sinais que levem ao Monte do Templo na entrada em hebraico ou em inglês, dificultando a comunicação.

Apesar de possuírem permissão para vagar livremente pelo local, não recebem acompanhamento policial, o que os deixa vulneráveis ao assédio dos árabes. Muitos acabam sendo agredidos verbalmente e até fisicamente por muçulmanos no local.

Uma testemunha afirmou que a situação era perigosa e inaceitável: “A polícia israelense negligencia os turistas. Não há proteção aos turistas no Monte do Templo. Israel está abrindo a porta para a humilhação e agressão de turistas cristãos todos os dias. Isso ocorre às custas da segurança dos turistas de todas as religiões”, disse Nisani.

Ao serem questionados pela equipe do jornal israelense, os policiais garantiram estar mantendo a  segurança de todos os visitantes no Monte do Templo, de acordo com horário e regras pré-estabelecidas.

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