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Ucrânia sugere que Jerusalém sedie negociações de paz: “Cidade de todas as religiões"

"Eu acredito que Israel pode ser o lugar ideal, especialmente Jerusalém”, disse o presidente ucraniano.

Fonte: Guiame, com informações do Times of IsraelAtualizado: segunda-feira, 14 de março de 2022 às 13:15
Vladimir Putin em reunião com premiê de Israel, Naftali Bennett, em outubro de 2021. (Foto: Eugeniy Biyatov, RIA Novosti/Kremlin)
Vladimir Putin em reunião com premiê de Israel, Naftali Bennett, em outubro de 2021. (Foto: Eugeniy Biyatov, RIA Novosti/Kremlin)

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sugeriu no sábado (12) que Jerusalém seja o local das negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, durante uma coletiva de imprensa especial em Kiev.

Em suas declarações, Zelensky, que é judeu, reforçou que Israel pode fornecer garantias de segurança para a Ucrânia e espera que o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, tenha uma influência positiva nas negociações.

“Geralmente apoiamos a mediação de qualquer pessoa. Mas eu não chamaria o primeiro-ministro Bennett de ‘qualquer um'. Ele pode desempenhar um papel importante porque Israel é um país com uma história rica”, declarou o líder ucraniano.

Zelensky lembrou ainda que, neste momento, países como Rússia, Ucrânia ou Bielorrússia não são os melhores locais para sediar as negociações.

“Estes não são lugares onde podemos chegar a qualquer entendimento sobre o fim da guerra — não estou falando de reuniões técnicas, mas de reuniões entre líderes. Eu acredito que Israel pode ser o lugar ideal, especialmente Jerusalém. Eu acho que sim, e eu disse isso para o Bennett."

Zelensky acrescentou que os imigrantes ucranianos estão entre os fundadores de Israel, carregando consigo o desejo de "construir um grande país", como é agora. "Então não é nada mal para nós ter essa mediação”, disse ele.

O Canal 12, uma emissora de TV israelense, informou que o presidente russo, Vladimir Putin, estava considerando a proposta, mas “é prematuro avaliar suas chances”, segundo fontes anônimas do governo.

O embaixador de Israel na Ucrânia, Michael Brodsky, disse ao Canal 12: “A ideia de realizar uma cúpula em Jerusalém também foi levantada antes. Se puder contribuir, acho que devemos concordar e levar a ideia adiante."

Brodsky acrescentou: “A questão não é realmente onde, mas o quê. Se chegarmos ao 'o quê', então é claro que pode haver uma reunião em Jerusalém. Pode haver uma reunião em qualquer lugar, mas Jerusalém tem um significado simbólico, e acho que o presidente Zelensky está se referindo precisamente a esse significado”.

Questionado sobre qual seria o significado simbólico sobre Jerusalém, Brodsky explicou: “Como uma cidade de todas as religiões. Uma cidade onde convivem indivíduos e pessoas de diferentes credos. Uma cidade que é igualmente importante para ucranianos e russos.”


Vladimir Putin em reunião com premiê de Israel, Naftali Bennett, em outubro de 2021. (Foto: Eugeniy Biyatov, RIA Novosti/Kremlin)

 

Papel de intermediador

Israel passou a se envolver nos esforços diplomáticos entre Ucrânia e Rússia desde a viagem de Bennett para Moscou, onde teve uma reunião de uma hora com Putin, no fim de semana passado. Ele foi o primeiro líder estrangeiro a se sentar com o presidente russo desde a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.

"Bennett propôs que que a gente se rendesse", disse um alto funcionário ucraniano, que não revelou sua identidade, a sites de notícias israelenses na sexta-feira (11). “Não temos a intenção de fazer isso. Sabemos que a proposta do Putin é só o começo.”

O gabinete do primeiro-ministro de Israel negou sobre a suposta sugestão de se render. “É duvidoso que este seja um alto funcionário que está na Ucrânia e esteve na ligação [do Bennett com Zelensky], já que ocorreu em uma linha privada".

Israel tem tido boas relações com a Ucrânia e a Rússia e vem tentando usar sua posição para intermediar um acordo, já que é de seu interesse manter laços com os dois países.

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