1 em cada 4 países tem uma lei anticonversão, diz relatório dos EUA

“As autoridades utilizam frequentemente estas leis como ferramentas para perseguir os seguidores de Cristo em todo o mundo”, explica missionário.

Fonte: Guiame, com informações da Mission Network NewsAtualizado: segunda-feira, 8 de janeiro de 2024 às 16:34
Cristãos são perseguidos no mundo inteiro. (Foto representativa: Portas Abertas)
Cristãos são perseguidos no mundo inteiro. (Foto representativa: Portas Abertas)

Em países onde há violação da liberdade religiosa, os cristãos costumam ser perseguidos por causa das leis anticonversão e de blasfêmia. 

Conforme a Mission Network News, um relatório recente da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional concluiu que quase 1 em cada 4 países tem uma lei nacional anticonversão em vigor.

“Muitas vezes, estes países são o lar de grupos de pessoas não alcançadas ou de comunidades sem acesso ao Evangelho”, explicou Greg Kelley da Unknown Nations  — organização missionária para povos não alcançados pelo Evangelho.

Ele também disse que as leis anticonversão resumem-se ao proselitismo, enquanto que a lei de blasfêmia prende pessoas que desrespeitam a religião do país, mesmo que não haja provas concretas do suposto crime.

Ou seja, os cristãos podem ser presos por causa de alguém que ‘disse que ouviu’ ele dizer algo ofensivo contra a religião nacional.

“As autoridades utilizam frequentemente estas leis como ferramentas para perseguir os seguidores de Cristo em todo o mundo. Multidões de vigilantes acusam os cristãos de violarem estas leis e depois usam a suposta violação como desculpa para atacar os crentes”, explicou Kelley. 

Acusações injustas contra cristãos

“O maior problema é que não há responsabilização; o governo não faz nada para responsabilizar essas pessoas”, lamentou o missionário ao relatar sobre uma perseguição recente. 

“Vimos os radicais religiosos atacando um grupo de cristãos que estavam em casa. A multidão lá fora gritava: 'Morte aos Cristãos' e os arrastavam para fora desta casa, espancando-os”, disse. 

Entre as regiões onde os cristãos mais sofrem com essas injustiças estão a África e a Ásia. “A África continua a ser o continente mais violento, com um aumento dos ataques jihadistas que torna a situação da liberdade religiosa ainda mais alarmante”, diz também o relatório da ACN de 2023 (Ajuda à Igreja que Sofre, em português).

Quase metade dos ‘países quentes’ do planisfério do Relatório, ou seja, 13 dos 28, estão na África. A concentração da atividade jihadista é particularmente evidente na região do Sahel em torno do Lago Chade, em Moçambique e na Somália, e está se espalhando para os países vizinhos.

Outras regiões preocupantes

China e Coreia do Norte continuam sendo os dois países asiáticos com as piores violações de direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa. Lá, o Estado exerce um controle totalitário por meio de vigilância e medidas extremas de repressão contra a população.

O Relatório da ACN também cita a Índia, onde os níveis de perseguição estão aumentando, por meio da imposição de um perigoso nacionalismo étnico-religioso, particularmente prejudicial às minorias religiosas.

“Leis anticonversão foram aprovadas ou estão sendo consideradas em 12 dos 28 Estados da Índia. Esses regulamentos prevêem sentenças de até 10 anos de prisão e incluem benefícios financeiros para aqueles que se converterem ou retornarem à religião majoritária”, revela o relatório.

“Os incidentes de conversões religiosas forçadas, sequestros e violência sexual [incluindo escravidão sexual] não diminuíram no período de dois anos de análise, pelo contrário, continuam amplamente ignorados pelas forças policiais e autoridades judiciais locais, como é o caso do Paquistão, onde as jovens cristãs são frequentemente sequestradas e submetidas a casamentos forçados”, conclui.

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