11 cristãos condenados por sua fé desaparecem da prisão no Vietnã

Os seis protestante e cinco católicos foram presos por se recusarem a negar a fé, e foram acusados de "minar a política de unidade nacional".

Fonte: Guiame, com informações de International Christian ConcernAtualizado: segunda-feira, 8 de julho de 2024 às 18:30
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Hédi Benyounes).
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Hédi Benyounes).

Onze cristãos, que foram condenados por suas atividades religiosas, desapareceram da prisão, no Vietnã, causando preocupações sobre o tratamento dos seguidores de Cristo presos no país comunista.

Segundo o International Christian Concern (ICC), organização que apoia cristãos perseguidos no mundo, os 11 homens, seis protestantes e cinco católicos, foram detidos, em momentos diferentes, entre 2011 e 2016. 

Juntas, as sentenças dos cristãos somam 90 anos e oito meses de prisão. Agora, o paradeiro deles é um mistério.

Perseguidos pelo regime comunista

Na época, os seis protestantes foram acusados de "minar a política de unidade nacional", devido ao seu envolvimento no protestantismo do povo Degar, um movimento que não é aprovado pelo regime comunista do Vietnã.

De acordo com a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), um deles, chamado Sung A Khua, teve a casa danificada, e ele e a família foram expulsos de sua aldeia por não negarem sua fé em Cristo.

Mais tarde, eles foram autorizados a voltarem, mas Sung continuou sendo perseguido e foi preso por “desmatamento”, após usar árvores perto de sua residência para reconstruir sua casa.

Outro protestante, Y Hriam Kpa, foi detido pelas autoridades após se recusar a fechar sua igreja.

O povo Degar, também conhecido como Montagnards, é um povo tribal indígena que vive nas Terras Altas Centrais do país. Na Guerra do Vietnã, muitos deles foram aliados dos Estados Unidos e se converteram ao cristianismo.

De acordo com o grupo de defesa Campaign to Stop Torture in Vietnam, "funcionários do governo rotineiramente forçam os cristãos de Montagnard a se retratarem publicamente de sua religião, [e] aqueles que continuam a adorar em igrejas domésticas independentes enfrentam espancamentos e prisões".

Já os cinco católicos, Runh, A Kuin, A Tik, Run e Dinh Kuh, também foram acusados de "minar a política de unidade nacional" por participarem da Igreja Católica Ha Mon, uma denominação que não é regularizada pelo regime vietinamita.

A USCIRF denunciou que, além dos 11 presos desaparecidos, outros quatro detentos cristãos sofreram tortura e maus-tratos.

Alguns pastores, que trabalham no Vietnã, também relataram que foram forçados a informar o número de fieis de sua igreja e os nomes dos que frequentam.

Perseguição no Vietnã

As autoridades vietnamitas têm um histórico de perseguição e hostilidade contra os cristãos, especialmente em vilas onde são constantemente vigiados.

As autoridades locais utilizam diversas formas de perseguição, incluindo pressionar os maridos a se divorciarem de suas esposas cristãs, o que também prejudica os filhos. Quando os maridos se recusam a fazê-lo, todos os subsídios governamentais, como alimentos, educação e fonte de renda, são cortados.

O Vietnã ocupa a 35ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos enfrentam as maiores perseguições no mundo.

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