25 cristãos estão presos por blasfêmia no Paquistão, com 6 sentenciados à pena de morte

Um casal cristão que está no corredor da morte deve ter decisão sobre seu recurso, baseado no caso de Asia Bibi, no dia 8 de abril.

Fonte: Guiame, com informações do PremierAtualizado: terça-feira, 3 de março de 2020 às 13:54
O casal Shafqat Emmanuel e Shagufta Kausar aguarda decisão sobre recurso para livrá-los da pena de morte. (Foto: Reprodução/ Joseph Anwar)
O casal Shafqat Emmanuel e Shagufta Kausar aguarda decisão sobre recurso para livrá-los da pena de morte. (Foto: Reprodução/ Joseph Anwar)

O Paquistão mantém 25 cristãos presos por blasfêmia, seis dos quais aguardam execução por seus supostos crimes, entre os quais o de blasfêmia.

Quando as notícias do asilo de sucesso de Asia Bibi na França chegarem às manchetes, dois cristãos que estão no corredor da morte por blasfêmia no Paquistão aguardam um veredito sobre o apelo feito pelos seus advogados.

O casal de cristãos Shafqat Emmanuel e Shagufta Kausar vive um verdadeiro pesadelo. Eles estão envolvidos em uma batalha judicial desde que foram condenados à morte em 2014, supostamente por enviar mensagens de texto que insultavam a fé islâmica.

Shafqat Emmanuel (43), que é paraplégico e Shagufta Kausar (40), que é analfabeta, foram caluniados e estão condenados à morte sob a lei de blasfêmia no Paquistão.

O caso deles traz semelhanças ao de Asia Bibi, o que fez os advogados entrarem com recursos contra a sentença capital.

O novo advogado de defesa do casal, Khalil Tahir Sandhu, disse estar "confiante" de um resultado positivo porque "não há evidências claras contra os dois".

De fato, não apenas não há evidências de que os cartões telefônicos estejam registrados em seus nomes, como o casal nem possuía um telefone no momento do incidente, pois haviam perdido o aparelho meses antes. Além disso, apesar de serem completamente analfabetos, os dois também são acusados ​​de escrever as mensagens ofensivas em inglês, explica o advogado.

Confissão sob tortura

Sandhu explicou o que aconteceu no julgamento inicial após pressão da comunidade muçulmana. "O julgamento no Tribunal de Primeira Instância (Primeira Instância) foi condicionado pela pressão islâmica", afirmou.

Shafqat, ele próprio deficiente, afirmou que só confessou o crime depois de ser torturado. Segundo seu testemunho, a polícia também ameaçou prejudicar sua esposa se ele não fornecesse as informações desejadas.

"Não há homem que possa ver sua esposa sendo torturada pela polícia, então, para salvar minha esposa, confessei", disse ele a cristãos no Paquistão em 2016.

O veredito da sua apelação está previsto para o dia 8 de abril.

Enquanto isso, eles esperam que seu caso obtenha o mesmo nível de atenção e apoio da mídia que o de Asia Bibi. A paquistanesa foi absolvida de acusações de blasfêmia por meio de uma decisão histórica da Suprema Corte de 2018, depois de passar quase um ano no corredor da morte por supostamente insultar o profeta Muhammad.

Na sexta-feira, Bibi, que mora no Canadá desde a primavera passada, se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron para discutir suas opções de asilo. A mãe de cinco filhos expressou o desejo de morar na França para poder trabalhar mais de perto com a jornalista francesa Anne-Isabelle Tollet, com quem escreveu um livro sobre sua provação.

Falando de seu desejo de viver na Europa, Bibi disse: "A França é um símbolo para mim. Foi o primeiro país do mundo a realmente me apoiar, e o país de onde meu nome ficou conhecido".

Após a reunião, uma autoridade do Elysée disse que a França estava "pronta para receber" Bibi se ela quiser morar lá.

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