Após ataques a igrejas no Paquistão, policiais negam proteção a cristãos

Autoridades policiais emitiram um documento onde dizem que os cristãos devem pagar por seguranças particulares.

Fonte: Guiame, com informações do Bitter WinterAtualizado: quinta-feira, 28 de setembro de 2023 às 17:46
Igrejas no Paquistão são atacadas por extremistas. (Foto: Reprodução/Bitter Winter)
Igrejas no Paquistão são atacadas por extremistas. (Foto: Reprodução/Bitter Winter)

De acordo com notícias da Bitter Winter, depois de ataques sangrentos em dezenas de igrejas, a polícia da cidade de Karachi, no Paquistão, declarou que não pode proteger os cristãos e sugeriu que eles contratassem seguranças particulares.

A revista especializada em liberdade religiosa e direitos humanos explica que foi um dos piores meses dos últimos anos em termos de número de ataques a igrejas cristãs no Paquistão, com dezenas de locais de culto queimados ou demolidos.

Além de prender cristãos e alegarem que eles “provocaram os manifestantes”, a polícia paquistanesa emitiu, em 10 de setembro, um documento chamado “Instruções de Segurança para Igrejas”. No documento, as mesquitas não são mencionadas.

Documento emitido pela polícia do Paquistão. (Reprodução: Bitter Winter)

‘Eles não estão dispostos a defender os cristãos’

Além de sugerir seguranças posicionados do lado de fora da igreja, o documento ainda menciona que eles estejam com equipamento detector de metais e que os cristãos instalem portões e grades de ferro nas janelas.

Além disso, citam a necessidade de câmeras dentro e fora das dependências das igrejas e que sejam de ótima qualidade e com visão noturna com backup mínimo de 15 dias.

As paredes das igrejas devem ser vedadas adequadamente para evitar qualquer incidente desagradável. “A polícia gentilmente promete manter contato com os guardas particulares contratados pelos cristãos”, diz ainda o documento.

“O coordenador de segurança das igrejas deverá manter contato com o Oficial de Inteligência da área e sempre se manter atualizado sobre qualquer novo evento sempre que for organizado na igreja para que a segurança necessária possa ser fornecida aos envolvidos”, continua.

“O que o documento diz, em muitas palavras, é que a polícia paquistanesa não é capaz ou talvez não esteja disposta a proteger as igrejas cristãs” concluiu um dos líderes.

 

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