No último domingo (20), cristãos foram forçados a cultuar do lado de fora de igrejas em ruínas, após uma multidão de mulçumanos deixar 21 igrejas destruídas, no Paquistão, de acordo com a Reuters.
O ataque aconteceu em um bairro cristão na cidade de Jaranwala na quarta-feira (16). A violência começou após dois cristãos serem acusados falsamente de blasfemar contra o Alcorão, em um anúncio feito em uma mesquita.
Na Igreja do Exército de Salvação, cerca de 200 fiéis se reuniram em um beco estreito ao lado do templo, para participar do culto de domingo. A cruz do templo foi arrancada pela multidão furiosa durante o ataque, conforme a AFP News.
Muitas pessoas vieram de outras cidades para o culto, com o propósito de mostrar apoio à comunidade cristã perseguida.
“Costumávamos vir aqui sem medo, mas hoje precisamos da polícia”, comentou a dona de casa Nosheen Farman, de 29 anos, à AFP News.
Após o culto, refeições foram distribuídas aos moradores afetados. Tropas paramilitares estão fazendo a segurança do bairro, incluindo a Igreja do Exército da Salvação e a Igreja Católica de São Paulo.
O governo local prometeu reconstruir as igrejas e casas destruídas, e anunciou o pagamento de indenização de 2 milhões de rúpias (cerca de US$ 6.750) para cada família afetada.
“Esses prédios e casas serão restaurados, mas será difícil para meninas e crianças sair desse trauma”, disse Samson Salamat, de 44 anos, à AFP News.
Desabrigados
A maioria das vítimas, do bairro cristão na província de Punjab, são trabalhadores sanitários que vivem em pequenas casas, que agora estão abrigados em escolas ou com familiares.
Cerca de 1.000 cristãos fugiram de suas casas durante a onda de violência e agora estão dormindo nas ruas.
Líderes comunitários e moradores denunciaram que a multidão de islâmicos atacaram o bairro durante 10 horas, sem a intervenção da polícia local e das autoridades.
Quase 160 pessoas envolvidas no ataque foram presas. Os dois cristãos acusados falsamente de blasfêmia – Rocky Masih e Raja Masih – também foram detidos.
O Paquistão ficou em sétimo lugar na lista de observação mundial de 2023 da Portas Abertas dos lugares mais difíceis para ser cristão, acima do oitavo lugar no ano anterior.
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