Após estuprar adolescentes cristãs, muçulmanos são absolvidos pelo tribunal do Paquistão

Depois do incidente, as meninas e seu pai foram ameaçados por haver iniciado uma ação judicial contra os autores do crime. Após a prisão dos homens, manifestantes muçulmanos dispararam tiros contra a casa da família.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: quinta-feira, 5 de novembro de 2015 às 17:33
Manifestantes cristãos protestam conta a intolerância religiosa no Paquistão. (Foto: Reuters/ Faisal Mahmood)
Manifestantes cristãos protestam conta a intolerância religiosa no Paquistão. (Foto: Reuters/ Faisal Mahmood)

Homens muçulmanos que estupraram duas cristãs paquistanesas à mão armada, no ano passado, foram absolvidos das acusações pelo tribunal paquistanês esta semana.

Na noite do dia 28 de novembro 2014, as irmãs Sherish e Farzana, que são adolescentes, estavam a caminho de casa na aldeia de Jaranwala, em Punjab, na volta do banheiro — uma vez que sua casa não tem encanamento. 

As duas meninas foram encontradas inconscientes na manhã seguinte, jogadas no canto de uma estrada da região onde moram.

Depois de serem levadas para o hospital, as jovens entregaram à polícia um muçulmano conhecido no local chamado Muhammad Shabaz, que praticou o crime junto com outros homens muçulmanos. Na ocasião, o grupo de criminosos estava armado e estuprou as garotas repetidamente ao longo da noite.

Processo

Após o incidente, as meninas e seu pai foram ameaçados por haver iniciado uma ação judicial contra os autores do crime. Depois que os homens foram presos, manifestantes muçulmanos dispararam tiros contra a casa da família. Felizmente, ninguém ficou ferido.

Diante das frequentes ameaças enfrentadas pela família, as meninas foram abrigadas em uma casa que foi alugada pela Associação Britânica Cristã Paquistanesa, em um local não divulgado para a sua própria segurança. Além disso, as jovens passaram a ter aulas de inglês, matemática e costura.

Shabaz e seus companheiros muçulmanos foram a julgamento. No entanto, o pai das meninas, Ilyas Masih, relata que uma testemunha forjada por suborno e ameaças deu novos relatos que mudou o rumo do processo judicial. 

"O caso foi perdido devido à falta de confiabilidade de uma testemunha que antes era considerada uma peça chave nas investigações, mas diante das ameaças, se recusou a comparecer no tribunal. Em seguida, ao ser convocada a comparecer no tribunal, a testemunha mudou sua declaração original", explica a organização.

Futuro

Masih pretende contestar a decisão para um tribunal superior, a fim de receber justiça no caso de suas filhas. Masih acusa o juiz e a polícia de preconceito religioso, e também culpa, em partes, o advogado Sardar Mushtaq Gill pela perda do caso.

Com a libertação dos culpados, Masih teme uma retaliação contra sua família ao retornar para casa. Diante disso, ele está planejando morar e outro lugar. O contrato da casa alugada pela BPCA está previsto para terminar em oito meses, mas a organização planeja estender a concessão por mais um ano. Este prazo daria à família mais tempo para se deslocar.

Ainda que hoje as meninas estejam seguras, a BPCA relata que Farzana, a irmã mais velha, tem sofrido uma forte depressão e ansiedade desde o ataque.

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