Ataque à festa de batismo deixa 15 mortos em Burkina Faso

Embora nenhum grupo tenha reivindicado autoria do ataque, autoridades de Burkina Faso culpam terroristas ligados ao Estado Islâmico.

Fonte: Guiame, com informações da AFP e Mission News NetworkAtualizado: sexta-feira, 21 de maio de 2021 às 13:46
Imagem ilustrativa de batismo no Lake Providence, na Luisiana. (Foto: Susan Roach)
Imagem ilustrativa de batismo no Lake Providence, na Luisiana. (Foto: Susan Roach)

Extremistas islâmicos atacaram uma festa de batismo no norte de Burkina Faso, matando pelo menos 15 pessoas e forçando civis aterrorizados a fugirem para outras cidades, disseram as autoridades na quarta-feira (19).

O ataque ocorreu na terça-feira (18) perto da cidade de Tin-Akoff, informou Salfo Kabore, governador da região do Sahel. É o quarto ataque contra civis neste mês na comuna, de acordo com um relatório de segurança interna.

“As pessoas estão chocadas e muitas estão fugindo”, disse Moha AG Agraz, uma nativa de Tin-Akoff que tem mantido contato com os moradores da cidade.

Embora nenhum grupo tenha reivindicado responsabilidade pelo ataque, o relatório de segurança de Burkina Faso culpou terroristas ligados ao Estado Islâmico, segundo a agência Associated Press.

“Este foi um ataque a um culto de batismo, voltado especificamente para cristãos”, disse Todd Nettleton, porta-voz da Voz dos Mártires dos EUA, organização de apoio à igreja perseguida no mundo inteiro.

Nettleton ainda alertou: “15 de nossos irmãos e irmãs [em Cristo] foram mortos. Alguém precisa prestar atenção nisso.”

A violência ligada à Al-Qaeda e Estado Islâmico deixou milhares de mortos no país da África Ocidental nos últimos anos. Nas últimas semanas, os ataques aumentaram na região do Sahel, em Burkina Faso, e no leste do país.

Dois jornalistas espanhóis e um conservacionista irlandês estavam entre as mais de 50 pessoas mortas durante uma semana de abril.

Crise humanitária em Burkina Faso

A violência deslocou mais de 1 milhão de pessoas e grupos humanitários dizem que também deixou dezenas de milhares à beira da fome.

A Agência da ONU para Refugiados informou no início deste mês que estava “profundamente preocupada com as consequências humanitárias” da violência que deslocou mais de 17.500 pessoas em um período de 10 dias.

Há uma grande preocupação pelo fato de o ataque de terça-feira ter ocorrido em uma área onde as forças armadas estão ativamente atuando para impedir a violência jihadista.

“Isso mostra os limites das estratégias de contraterrorismo que falham em trazer estabilidade a essas regiões enquanto os grupos armados continuam a proliferar”, disse Flore Berger, analista de segurança no Sahel.

Enquanto isso, a Voz dos Mártires está ajudando a igreja de Burkina Faso a se preparar para a perseguição, informa Nettleton. “Estamos ajudando os pastores a entender a teologia da perseguição e o que a Bíblia diz sobre a perseguição, para que eles possam voltar e passar isso para suas congregações”, explica.

A Voz dos Mártires também ajuda os cristãos deslocados por meio de parceiros de igrejas locais. “Há uma grande necessidade da Igreja em Burkina Faso ajudar os cristãos que estão fugindo desse tipo de ataque”, observa.

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