Nesta terça-feira (12), militantes Fulani mataram 18 cristãos em mais um ataque a uma aldeia cristã na Nigéria.
“Uma voz alta gritou 'Allahu Akubar' (Allah é o maior) à meia-noite”, disse uma testemunha à International Christian Concern (ICC). O secretário da igreja batista local está entre os mortos.
De acordo com a ICC, os radicais também incendiaram 100 casas e destruíram lojas de alimentos e plantações na comunidade, que já foi atacada sete vezes por fulanis. Seis pessoas tiveram ferimentos por bala e estão internadas no hospital.
“Minha vida está em risco agora”, disse John Rivi Bulus, um cristão da aldeia, ao ICC. “Os Fulani estão agora atrás da minha vida; todos os membros da minha família já foram mortos pelos militantes. Estou sozinho”, lamentou, entre lágrimas.
“Há um plano para a jihad na Nigéria, mas o governo nigeriano continua em silêncio”, afirmou um líder juvenil de Irigwe. “Estamos implorando aos cristãos da diáspora que venham em nosso auxílio”.
Um informante da ICC, uma organização cristã que monitora a perseguição no mundo, está na aldeia atacada e relatou que a situação é “muito ruim”.
“Continuaremos monitorando essa situação trágica e enviando informações à medida que forem recebidas. Neste momento, nossos irmãos e irmãs cristãos na Nigéria precisam de nossas orações”, declarou Jeff King.
A Nigéria vive uma onda de extrema violência por radicais islâmicos. Em dezembro de 2021, dois cristãos foram assassinados e um ficou ferido em uma emboscada de fulanis, após participarem de uma Cantata de Natal.
Perseguição na Nigéria
Conforme o relatório “Nigéria: Abordando a violência contra comunidades cristãs”, em 2018, os conflitos promovidos pelos fulanis foram seis vezes mais mortais do que os realizados pelo Boko Haram.
Segundo o Portas Abertas, por causa do forte armamento e informações militares, acredita-se que os radicais fulanis sejam patrocinados por autoridades do governo da Nigéria. Muitos pastores andam armados para proteger seus rebanhos e são associados a estupros, roubos e violência comunitária.
O Gerente Regional da International Christian Concern (ICC) na África, Nathan Johnson, cobrou uma atitude do governo da Nigéria frente aos constantes massacres a cristãos no país.
"Esses ataques bárbaros e devastadores devem ser interrompidos. A perda de tantas vidas sem nenhuma ajuda do governo significa que os agressores provavelmente continuarão com a violência. O governo nigeriano deve descobrir uma maneira de parar esses ataques mais rapidamente e, em seguida, deve punir severamente aqueles que cometem essas atrocidades”, pediu Johnson.
De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram no país africano, no primeiro semestre de 2021.
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