Bíblias são queimadas e cristãos agredidos em ataque de extremistas hindus na Índia

Os extremistas interromperam o culto, vandalizaram a igreja e agrediram os cristãos presentes no local.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: segunda-feira, 7 de julho de 2025 às 16:06
Cristãos perseguidos na Índia. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)
Cristãos perseguidos na Índia. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)

Recentemente, extremistas hindus interromperam um culto e saquearam uma igreja na Índia. Na ocasião, eles queimaram Bíblias e agrediram todos os membros, inclusive o pastor, que perdeu a consciência no local.

O caso ocorreu no distrito de Dhamtari, no estado de Chhattisgarh, onde os extremistas invadiram a igreja Penial Prayer Fellowship na vila de Borsi.

“Eles invadiram a igreja, interromperam o culto e estavam carregando pedaços de madeira e gritando: 'Jai Shri Ram' [Salve, Senhor Rama]’”, disse o pastor Wakish Sahu ao Morning Star News.

O pastor lidera a igreja junto com seu pai de 57 anos, Mannohan Sahu. Segundo ele, os hindus ameaçaram os cristãos e ordenaram que parassem de se reunir para adorar a Deus.

Em seguida, eles quebraram todas as cadeiras e instrumentos musicais, recolheram os materiais evangelísticos, juntamente com as Bíblias, e os queimaram.

“Eles agarraram o meu pai e o espancaram com pedaços de madeira, bateram em seu rosto e em sua cabeça, e o chutaram. Enquanto estava sendo espancado, alguns golpes atingiram seu ouvido e ele perdeu a consciência”, disse Wakish. 

E continuou: “Os agressores, provavelmente com medo de que ele estivesse morto ou fosse morrer por causa da surra, pediram um copo d’água e o forçaram a beber”.

Mannohan Sahu sofreu ferimentos por todo o corpo, especialmente na cabeça, orelha, peito, mãos e costas.

‘Não vamos ceder ao medo’

Os extremistas espancaram todos os 15 membros presentes naquele dia, incluindo a mãe do pastor Wakish Sahu, que tentou intervir e salvar o marido. Ela teve ferimentos nas mãos e na cabeça.

“Duas mulheres e cinco homens sofreram ferimentos graves e tiveram que ser levados ao hospital”, contou o pastor Wakish.

Wakish registrou uma queixa na delegacia de Maganlodh, e apesar dos policiais informarem que investigaram o caso, nenhuma ação foi tomada. 

“Desde o ataque, os fiéis pararam de comparecer ao culto porque estão com muito medo, o que é compreensível; mas nossos familiares, cerca de 10, ainda frequentam o culto ao mesmo tempo. Decidimos que não vamos ceder ao medo”, disse o pastor Wakish Sahu. 


A igreja na vila de Borsi após o ataque. (Foto: Reprodução/Morning Star News)

Ataques anteriores

Em junho de 2024, uma multidão de extremistas hindus também atacou a igreja e ameaçou todos os presentes ordenando que eles parassem de comparecer aos cultos.

“Desde então, nossa congregação de quase 50 pessoas foi reduzida para 15 e, desde o último ataque, ninguém [fora sua família] está vindo à igreja com medo de ser agredido”, disse o pastor Wakish.

Após o ataque do ano passado, os líderes cristãos de Dhamtari enviaram um documento às autoridades, incluindo o Coletor Distrital da região.

“A polícia tem monitorado todos os domingos desde o ano passado. Eles costumam entrar para verificar se há pessoas de vilarejos próximos, porque eles afirmam que apenas pessoas da nossa comunidade devem estar presentes nos cultos”, explicou o pastor.

Com isso, os membros da congregação também pararam de frequentar a igreja por medo de serem alvos de grupos anticristãos: “Muitos nos disseram que participariam dos cultos em outras igrejas em áreas próximas ou na cidade, mas têm medo de comparecer às nossas reuniões por medo da violência e da polícia”.

A Índia é o 11º país na Lista Mundial da Perseguição 2025 da missão Portas Abertas, estando entre os 13 países em que os cristãos enfrentam níveis de perseguição extrema.

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