Casal cristão que passou 7 anos no corredor da morte no Paquistão recebe asilo na Europa

Shafqat Emmanuel e sua esposa Shagufta Kausar foram condenados à pena de morte em 2014 por falsas acusações de blasfêmia.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: quinta-feira, 19 de agosto de 2021 às 18:08
Shafqat Emmanuel e sua esposa Shagufta Kausar foram condenados em 2014 por falsas acusações de blasfêmia. (Foto: Reprodução/ADF International).
Shafqat Emmanuel e sua esposa Shagufta Kausar foram condenados em 2014 por falsas acusações de blasfêmia. (Foto: Reprodução/ADF International).

Um casal cristão que passou 7 anos no corredor da morte, no Paquistão, recebeu asilo na Europa e já chegou em segurança no novo local de moradia, após ser absolvido em junho deste ano.

Em 2014, Shafqat Emmanuel e sua esposa Shagufta Kausar foram condenados à pena de morte por enviar uma suposta mensagem de texto, insultando o profeta Muhammad, à um imã local (líder islâmico), por meio de um número de telefone registrado no nome de Kausar. 

Emmanuel afirmou que sentirá falta da terra natal, mas que está grato por poder estar enfim em segurança e junto de sua família.  

"Estamos muito aliviados por finalmente sermos livres. Os últimos oito anos foram extremamente difíceis, mas estamos muito felizes por nos reunirmos com nossos filhos. Estamos muito gratos por tantas pessoas, especialmente as equipes da Alliance Defending Freedom Internationale da Campanha do Jubileu, que nos ajudou e protegeu, nos trazendo em segurança. Apesar de sentirmos falta do nosso país, estamos felizes por finalmente estar em algum lugar seguro. Espero que as leis de blasfêmia no Paquistão sejam abolidas em breve, para que outros não sofram o mesmo destino de Shagufta e eu”, disse. 

Conforme as rígidas leis de blasfêmias do Paquistão, qualquer pessoa acusada de insultar o Islã ou seu porfeta pode ser condenado à pena de morte. Apesar de ninguém ter sido condenado e executado judicialmente por essa legislação, dezenas de pessoas já foram mortas em linchamentos públicos por multidões apenas por serem acusadas de blasfêmia. 

"Estamos muito satisfeitos que Shagufta e Shafqat tenham, finalmente, sido libertados e tenham alcançado um lugar seguro. Infelizmente, o caso deles não é um incidente isolado, mas testemunha a situação que muitos cristãos e outras minorias religiosas vivenciam no Paquistão hoje", declarou Tehmina Arora, da Alliance Defending Freedom International.

E ponderou: “Embora o direito à liberdade religiosa seja protegido pela constituição do Paquistão, muitos enfrentam severa perseguição e negação de seus direitos fundamentais à liberdade de expressão e reunião”.

O casal cristão explicou que as falsas acusações contra eles nasceram de uma pequena disputa entre os filhos do casal e seus vizinhos. Durante a investigação, evidências insuficientes foram geradas contra os cristãos. 

No julgamento, o advogado do casal sugeriu que o vizinho, com quem eles discutiram, pode ter tentado incriminá-los, ao comprar um cartão SIM em nome de Shagufta e enviado a mensagem. 

"Estou muito feliz em obter justiça para este casal. É um caso fictício. Todos os juízes estão com medo. Ninguém quer ouvir o caso deles e fica jogando-o para outra bancada”, disse Malook ao International Christian Concern. 

O Paquistão está classificado em 5º lugar na Lista de 2021 da Portas Abertas de países onde os cristãos são mais perseguidos. 



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