Casal de pastores acusado injustamente de sequestro deixam a prisão após 3 anos

Jonah e Josephine Gangas foram totalmente absolvidos de qualquer irregularidade depois de acolher e educar uma jovem muçulmana.

Fonte: Guiame, com informações de ADF InternationalAtualizado: terça-feira, 26 de março de 2024 às 16:48
Jonah e Josephine Gangas. (Foto: Reprodução/ADF)
Jonah e Josephine Gangas. (Foto: Reprodução/ADF)

Um casal de pastores na Nigéria obteve vitória das acusações de sequestro e conversão forçada de uma menina muçulmana de 12 anos.

A libertação do Rev. Jonah Gangas e sua esposa, Josephine, é uma vitória rara na Nigéria, um lugar onde a perseguição cristã é crescente.

Segundo a ADF International, o casal foi abordado pela polícia em 2013 por abrigar uma muçulmana de 12 anos que havia fugido de casa. A menina acabou ficando com eles por sete anos e se formou na escola. Ao terminar o ensino secundário, a jovem reencontrou a família biológica. 

Então, a família, a pedido de uma organização islâmica, denunciou o casal ao governador, que por sua vez instruiu que os cristãos fossem presos e processados por supostamente sequestrar a menina e convertê-la ao cristianismo.  

De acordo com a ADF, o casal foi então preso sem fiança por mais de três anos em 2020, enquanto aguardava audiências que eram continuamente adiadas. 

Este mês, o tribunal divulgou a sua decisão, absolvendo totalmente o casal numa moção de “não haver caso”, na sequência da falta de provas por parte dos procuradores.  

O casal lidera a Igreja Evangélica Ganhando Todos (Igreja ECWA), uma das maiores denominações cristãs na Nigéria, com mais de dez milhões de membros.

O advogado Sean Nelson afirmou que é “grato” pela absolvição dos cristãos e acrescentou que ninguém deve ser punido por compartilhar bondade e compaixão.

“Por simplesmente ajudar essa jovem e acolhê-la durante um momento de necessidade, eles foram punidos, processados e presos”, declarou Sean. 

E continuou: “Estamos satisfeitos que o tribunal tenha ficado do lado do Reverendo e da Sra. Gangas, e esperamos que essa decisão também impacte positivamente outros cristãos e minorias religiosas no país que também estão sendo injustamente punidos por sua fé”.

Após a libertação do casal, Sunny Akanni, advogado principal no caso, também comentou o caso:  “Estou aliviado que o tribunal tenha absolvido o Reverendo e a Sra. Gangas destas acusações injustas e os tenha libertado da prisão”. 

“Os cristãos na Nigéria são injustamente discriminados pela sua fé, e precisamos de todos os que são capazes de continuar a levantar as suas vozes em apoio à liberdade religiosa para todos os nigerianos. A minha oração é que em breve todos os nigerianos possam adorar e compartilhar sua fé livremente e sem medo de represálias”, acrescentou.

‘Discriminação’

Segundo a CBN News, Sean e a ADF International comentaram sobre o caso de duas universidades nigerianas — uma federal e uma estadual — que supostamente impediram os estudantes cristãos de “poder usar quaisquer instalações para adoração ou comunhão”.

“A razão pela qual você sabe que é discriminação é que os estudantes muçulmanos estão completamente autorizados a usar todas essas instalações”, relatou o advogado. 

“Eles estão impedindo os cristãos de usar esses espaços, de adorar no campus, de ter comunhão; eles têm que sair do campus para fazer isso. É apenas discriminação”, acrescentou.

Sean observou que tais restrições violam a constituição da Nigéria, que protege a liberdade de religião e crença.

“Quando você combina [a questão da faculdade] com alguns dos assassinatos direcionados que os cristãos estão enfrentando em todo o norte — houve centenas de sequestros recentemente nas últimas duas semanas. É uma situação realmente horrível para eles”, disse ele.

A Nigéria ficou em sexto lugar na lista mundial de observação da missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.

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