Na última quarta-feira (27), autoridades do Partido Comunista Chinês (PCC) da província de Zhejiang, na China, removeram à força as cruzes dos barcos de pescadores cristãos.
De acordo com a China Aid, oficiais da ilha de Qushan não apresentaram nenhum documento legal quando ordenaram que os pescadores removessem as cruzes e os slogans “Emmanuel” pintados em seus barcos.
As autoridades ameaçaram retirar a autorização de pesca dos trabalhadores e não permitir a compra de gasolina para suas embarcações, caso não removessem os símbolos cristãos. Os oficiais comunistas tinham como foco apenas os cristãos, e não pescadores de outras crenças.
Um dos pescadores protestou, de forma online, contra a atitude ditatorial do governo. “O governo é completamente irracional. Os barcos de pesca são propriedade pessoal. Temos o direito de colocar cruzes em nossos barcos. A liberdade religiosa está escrita na Constituição. No entanto, é apenas conversa fiada. O governo nunca faz cumprir a Constituição”, denunciou.
Outro pescador escreveu: “O governo do condado está destruindo propriedades pessoais ao remover as cruzes à força, não é? Por que eles apenas removem cruzes, mas não sinais e slogans de outras religiões? Por que as cruzes os incomodam? Se eles não gostam de uma cruz, por que não podem simplesmente considerá-la como o logotipo da 'Cruz Vermelha'”.
Dos 70 mil moradores da ilha de Qushan, cerca de um terço são cristãos. A população da ilha ouviu o Evangelho pela primeira vez há 100 anos e o cristianismo é uma importante parte da vida e da cultura de Qushan.
De acordo com relatório da China Aid, a perseguição religiosa no país aumentou em 2020. Com a pandemia da Covid-19, o governo de Xi Jinping aproveitou o isolamento social para destruir inúmeras igrejas e remover suas torres e cruzes, refletindo as preocupações do Partido Comunista sobre o crescente número de cristãos no país.
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