Condenada à morte no Paquistão, a cristã Asia Bibi perdoa seus perseguidores

"O Natal é a celebração da misericórdia de Deus. Eu perdoo meus perseguidores, aqueles que têm me acusado falsamente e também espero pelo perdão deles", disse a mulher que aguarda o julgamento do Supremo Tribunal, no Paquistão.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: quarta-feira, 30 de dezembro de 2015 às 13:52


Asia Bibi, a mulher cristã que passou seu sétimo Natal atrás das grades sob pena de morte no Paquistão por blasfêmia, afirma que perdoou seus perseguidores.

De acordo com um relatório dado por Paolo Affatato, no jornal italiano 'La Stampa', Bibi disse à família que a visitava na prisão na véspera de Natal: "O Natal é a celebração da misericórdia de Deus. Eu perdoo meus perseguidores, aqueles que têm me acusado falsamente, e também espero pelo perdão deles".

O Supremo Tribunal deve corrigir em breve a audiência de apelação.

Aos 50 anos, Bibi, que tem cinco filhos, disse à sua família: "Jesus fez este dia feliz para mim e aceitou minhas orações. Eu estou animada e cheia de alegria por este encontro hoje com minha família e celebro o Natal com vocês..."

A véspera de Natal é também um dia de festa para os muçulmanos. Bibi continuou: "Hoje também é celebrado o nascimento do Profeta Muhammad. Que a paz esteja com ele neste dia. Honestamente, eu nunca poderia sequer pensar em desrespeitá-lo. Mas, apesar de eu ter passado sete anos na prisão, eu não odeio aqueles que erraram contra mim".

Ela acrescentou: "Eu oro para que seguidores de Muhammad tenham sabedoria e para que a paz possa continuar sendo construída ao redor do mundo. Eu oro para que Jesus Cristo conceda a paz para o mundo inteiro".

Ela implorou que cristãos em todo o mundo orem pela decisão do Supremo Tribunal, para que esta se dê em seu favor.

Khalil Tahir Sindhu, um advogado católico que tem acompanhado o caso e que é ministro para as minorias e os direitos humanos no Punjab, descreveu descreveu Bibi como o "paradigma" no Natal para os cristãos que vivem no Paquistão.

"Essas pessoas eram defensoras de uma mensagem de harmonia e esperança", disse ele.

Ashiq Masih - marido de Bibi - e Joseph Nadeem, diretor da Fundação Educacional 'Renaissance', em Lahore e guardião da família, estavam "profundamente impressionados" com as palavras da mulher, segundo relatos do jornal 'La Stampa'.

As leis de blasfêmia do Paquistão levaram à miséria generalizada e injustiça entre as minorias. Houve 1.400 casos notificados em 2014. Os tribunais paquistaneses condenaram três pessoas à morte, seis à prisão perpétua e outros três a dois anos de prisão por blasfêmia.

Nisar Shar, um advogado e porta-voz da associação de advogados em Karachi, disse que, mesmo para os advogados, tornou-se perigoso defender um indivíduo acusado de blasfêmia. O próprio advogado de Bibi é um muçulmano, mas decidiu continuar defendendo a cristã.

La Stampa concluiu: "Ela é uma mulher que, inundada pela graça de Deus, dá a sua benção para a sua própria história, uma história que a razão humana só pode ver como errada, distorcida e infeliz".

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