Como era de costume, no domingo às 5hs da manhã, os cinco cristãos se reuniram na casa da fazenda para orar e estudar a Bíblia. Mas, algo diferente aconteceu naquela manhã, havia policiais esperando por eles no local da reunião.
Avisadas por um informante, as autoridades prenderam os crentes sob a acusação de “acreditar em Deus”, o que é considerado crime, já que na Coreia do Norte toda religião é vista como ilegal.
A única forma de reverência e adoração suportada no país ditador é quando se refere à família Kim. O líder Kim Jong Un, assim como seus antecessores, pai e avô, exige que os norte-coreanos se prostrem diante de sua presença.
‘Presos por orar e falar de Jesus’
De acordo com a Radio Free Asia (RFA), os 5 cristãos que foram presos em 30 de abril são parentes. Eles se encontravam semanalmente na fazenda que fica na vila de Tongam, nos arredores da cidade de Sunchon, na província de Pyongan do Sul, no centro da Coreia do Norte.
“No local do culto, a polícia apreendeu dezenas de livros bíblicos e levou todos os que estavam ali presentes”, disse um morador da província à RFA sob condição de anonimato por razões de segurança.
Ele disse que um informante avisou a polícia sobre a reunião secreta da manhã de domingo. “A notícia das prisões se espalhou rapidamente por Sunchon”, disse outro morador que testemunhou.
“Eles estavam orando e lendo a Bíblia juntos, enquanto diziam: 'Ó Jesus, Senhor Jesus’. E foi neste momento que foram surpreendidos e presos”, contou.
Conforme a RFA, se as experiências passadas servirem de indicação, é provável que os cristãos serão enviados para campos de trabalho forçado onde deverão cumprir pena.
‘Fiel até a morte’
Ainda de acordo com a RFA, não foi a primeira vez que as autoridades prenderam cristãos em Tongam. As igrejas clandestinas da vila foram invadidas em 1997 e 2005, ocasião em que os cristãos foram enviados para campos de trabalhos forçados.
Tongam já tem um histórico com o cristianismo por ter abrigado uma grande igreja que permaneceu mesmo depois que os japoneses ocuparam a península coreana em 1905 e fizeram do xintoísmo a religião do estado.
“Aquela igreja ficava no sopé da montanha na vila de Tongam”, disse um dos moradores. “Eu sabia disso porque minha mãe me disse que era onde os missionários estiveram antes da libertação do domínio japonês, em 1945”, continuou.
Sunchon tinha duas igrejas católicas e 31 protestantes antes da Península ser libertada do domínio japonês, de acordo com um pastor com experiência em liderar missões na Coreia do Norte, o pior país para quem decide seguir a Cristo.
Apesar da pressão das autoridades, os 5 cristãos capturados se recusaram a renunciar à fé. “Um membro da equipe da agência judicial nos disse que eles não revelaram onde conseguiram suas Bíblias e disseram: Tudo por Jesus, mesmo na morte”, concluiu a testemunha.
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