Após o golpe militar em fevereiro em Mianmar, alguns cristãos decidiram se esconder em buracos na floresta por segurança. Os conflitos violentos que se instauraram no país atingiram a igreja, que foram proibidas de realizarem cultos, levando os cristãos a temerem a perseguição religiosa.
O pastor de uma igreja local em Mianmar, Chit*, percebeu que ele e sua congregação não estavam seguros, porque militares estavam invadindo igrejas, escritórios, cafés e prédios residenciais à procura de manifestantes para matá-los.
Assim, o pastor e sua igreja decidiram se esconder na floresta para se manterem em segurança. Os cristãos cavaram buracos no chão e agora passam a maior parte do tempo no local. Como não podem comprar comida, por causa da alta no preço dos alimentos após o golpe, eles procuram raízes e folhas na selva para comer.
Um dos perigos que os cristãos enfrentam é serem recrutados à força pelo atual governo militar para servir no exército. Um pastor de uma aldeia remota informou a Lwin*, um parceiro da Portas Abertas, que “Na semana passada, o chefe da aldeia foi convidado a recrutar 30 homens para o exército. Agora, os cristãos, incluindo o pastor, estão escondidos na floresta”.
Segundo Lwin, a população está sob forte estresse e sem esperança, porque não há sinal de resolução para o conflito no país. Os crentes em Mianmar já sofriam perseguição religiosa mesmo antes do golpe militar deste ano, e agora muitos temem que possam se tornar alvos durante o conflito atual.
A guerra civil, que começou em 1948 e já perdura há anos, afeta as comunidades de maioria cristã nos estados de Chin, Kachin e Karen. A igreja sofre risco de perseguição por grupos insurgentes ou pelo exército. Desta forma, o golpe de fevereiro só aumentou a tensão já existente para os cristãos em Mianmar.
Mianmar está em 18° lugar na lista de países onde é mais difícil ser cristão, da Missão Portas Abertas.
*nome alterado por razões de segurança.
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