Habiba (nome fictício por motivos de segurança) é uma cristã que vive em Burkina Faso. Em seus 13 anos de idade, em 2017, ela foi sequestrada por terroristas, mas conseguiu fugir depois de 3 anos. Hoje, depois de todo sofrimento, ela finalmente pode contar seu testemunho.
Conforme a Portas Abertas, Habiba estava em casa quando a família ouviu sons de motos e tiros se aproximando. Eram militantes extremistas islâmicos que vestiam uniformes militares, enganando os moradores.
“Eles nos levaram para a igreja, onde queriam nos queimar vivos. Mas depois preferiram nos sequestrar”, compartilhou a jovem.
Sua mãe, Minata (nome fictício) e sua irmã mais nova foram levadas com outras mulheres como prisioneiras. Algumas foram mortas e as demais separadas em grupos.
‘Eu só esperava pela morte’
Habiba foi separada da mãe e da irmã. “Eu só esperava pela morte. Estava realmente aterrorizada”, contou. Apesar de tudo, ela disse que se apegou a Deus.
“Todos os homens eram muçulmanos, então matariam quem fosse pega orando ou cantando. Eles nos forçaram a fazer orações muçulmanas e ler o Alcorão. Não podíamos recusar, já que estávamos sempre cercadas por armas”, explicou.
Nos três anos que passaram lá, foram forçadas a se converter ao islamismo, sofreram abusos físicos diários e testemunharam os mais terríveis atos de violência.
“A neta do pastor e eu fomos forçadas a casar com militantes. Eu tinha 13 anos, mas ela tinha só 11. Eles nos violentaram sexualmente”, compartilhou Habiba ao lembrar que se sentiu sozinha e sem esperança, mas que manteve sua fé viva em Jesus.
De volta para casa
Minata, a mãe de Habiba, ficou sabendo que a filha tinha sido vista pelos arredores. A mulher que lhe contou isso, a levou secretamente até lá e as duas se reencontraram.
Juntas, Minata e as duas filhas conseguiram escapar com a ajuda de Deus. “Se nos descobrissem, nos matariam, mas confiamos que Deus nos ajudaria a chegar em casa em segurança e o nome Dele seria glorificado”, disse Minata.
“Saímos quando todos estavam dormindo. Durante a noite caminhávamos e de dia nos escondíamos. Depois de cinco dias, chegamos à província de Deou, onde pegamos uma van que nos levou para Uagadugu. Nem acreditávamos. Nunca achamos que chegaríamos em casa em segurança”, lembrou Habiba.
‘Não é fácil esquecer’
Já faz mais de dois anos que as três fugiram de seus sequestradores, mas elas ainda sofrem por causa das más lembranças dos abusos enfrentados. A Portas Abertas disse que conta com o apoio das igrejas locais e oferece cuidados pós-trauma para a mãe e as duas filhas.
“Às vezes, tenho pesadelos e não consigo dormir. Eu sonho que ainda estou lá e que eles estão me perseguindo, tentando me matar. Eu não esqueci o que aconteceu e acho que nunca esquecerei”, disse Habiba.
“Quando ouvi que uma vila próxima foi atacada, realmente fiquei muito assustada e queria fugir. Toda vez que ouço um tiro, as memórias voltam. Não é fácil esquecer”, explicou ao finalizar.
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