Uma mulher criada em uma família cristã no Paquistão relatou como é viver em um país de maioria muçulmana sofrendo com a perseguição local.
“Como mulher cristã que vive no Paquistão, sinto que existe um certo critério de julgamento que precede minha reputação. Um rótulo geral sobre as escolhas de roupas das mulheres cristãs e como elas são alvos fáceis de serem persuadidas e invadidas por vários motivos e propósitos”, disse ela ao International Christian Concern (ICC).
A cristã, que não foi identificada, contou que há uma falsa percepção aos olhos da sociedade de que as mulheres cristãs podem tomar mais liberdade nos relacionamentos do que as mulheres muçulmanas.
No entanto, as mulheres são o segmento marginalizado da sociedade e pertencem a uma minoria que corre mais riscos.
No país, a comunidade cristã enfrenta discriminação em todos os aspectos da vida. Segundo ela, essa discriminação é apoiada pela constituição, pela lei e pelas políticas concebidas pelo Estado.
“Enfrentei discriminação enquanto estudava numa universidade privada em Lahore. Sendo a única estudante cristã no meu curso acadêmico, enfrentei muita discriminação”, disse ela.
E continuou: “Um professor costumava me dar uma nota ‘F’ por causa da minha fé, e eu repeti esse curso três vezes. Só consegui tirar ‘A’ quando o professor foi substituído”.
O preço da fé
A cristã informou que se deu conta da gravidade do perigo em que corria por sua fé em Jesus, após o caso da paquistanesa Asia Bibi, que passou 9 anos no corredor da morte por após acusações falsas de blasfêmia contra o islamismo.
Ela defendeu sua fé em Cristo até as últimas consequências. Por ser presa, passou longos anos longe do marido e dos filhos e chegou a dizer que estava disposta a morrer por Jesus se fosse preciso, “Quem morre pela fé está sempre vivo”, declarou a cristã em certa ocasião.
“Depois disso, aprendemos a mascarar os nossos verdadeiros sentimentos em relação ao caso de Asia Bibi e a nos comportar na faculdade, não participando em quaisquer discussões”, afirmou a cristã perseguida.
“Sentia medo na faculdade, pois em cada canto eu podia apenas ouvir os sussurros de como minha fé é uma teologia condenável. Senti que a minha segurança seria posta em causa pela minha identidade religiosa”, acrescentou.
De acordo com ela, no dia em que Asia foi libertada, foi um “caos nacional para os cristãos”.
“Muitos de nós não poderíamos dirigir com o símbolo de um crucifixo em nossos carros; estudantes universitários, até mesmo a minha irmã, foram expostos a este incidente de tortura brutal”, contou a mulher.
Mulheres no ministério
Na maioria dos casos, as mulheres cristãs no Paquistão trabalham como enfermeiras e sustentam suas famílias.
“As mulheres cristãs no Paquistão são corajosas e ousadas o suficiente para serem testemunhas e fonte do verdadeiro Evangelho no seu local de trabalho e nos seus grupos através do seu exemplo vivo”, afirmou a cristã.
E concluiu dizendo: “Elas estão compartilhando o cristianismo com bastante ousadia através de sua conduta e comportamento. São embaixadores de Cristo na comunidade muçulmana do país”.
O Paquistão ficou em sétimo lugar na Lista Mundial De Observação Da Missão Portas Abertas De 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.
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