Cristã relata repressão do regime cubano contra pastores: “Não temos liberdade de culto”

Marilín Alayo Correa testemunha sobre a repressão do regime comunista de Cuba contra as igrejas e seus líderes.

Fonte: Guiame, com informações do CSWAtualizado: quinta-feira, 2 de abril de 2020 às 18:25
Marilín Alayo Correa testemunha sobre a repressão às igrejas em Cuba. (Foto: Reprodução/CSW)
Marilín Alayo Correa testemunha sobre a repressão às igrejas em Cuba. (Foto: Reprodução/CSW)

Marilín Alayo Correa é uma pastora cubana e líder dentro do Movimento Apostólico junto com seu marido, o apóstolo Alain Toledano Valiente.

Como resultado de seu trabalho, Marilín e Alain têm sido alvo das autoridades cubanas por mais de duas décadas.

Mais recentemente, Marilín compartilhou um testemunho em vídeo com a CSW refletindo sobre a história de sua família e a situação para os grupos religiosos em Cuba quase 15 anos depois que a CSW começou a documentar o caso da família.

No ano passado, seu marido Alain também foi incluído em uma lista de restrições de viagens e é regularmente convocado para comparecer à delegacia de polícia local.

“Eles estão removendo [os pastores] de sua casa, promovendo demolição de templos e prisões,  e monitoramente como meu marido, que há sete meses não pode deixar o país”, conta.

Marilín diz ainda que “mais de 200 cristãos estão sendo monitorados por causa de sua fé” e até os não cristãos “por defender a liberdade em Cuba”.

“Temos visto tantos sofrimentos com essas ameaças”, ela diz, e “existem tantas coisas que eles fazem, que são estratégias do governo” para perseguir.

A pastora conta que é mentirosa as informações de que a ilha tem liberdade de culto. “Nossa luta pela liberdade religiosa aqui em Cuba tem sido muito difícil”, diz. “Nós mesmos estamos sofrendo”, com a perseguição “porque o governo não aceita o construção da igreja, não reconhece as igrejas por mais de 6 décadas, fazendo delas instituições ilegais.

“Sofremos essa perseguição, não somente em nosso ministério, mas muitos outros ministérios em Cuba”. Marilin diz que é a luta da igreja em Cuba, embora o regime comunista cubano diga que há liberdade de culto e de expressão. “Não existe liberdade de culto este país”, afirma a pastora que diz ensinar às pessoas que sofrem coma perseguição que elas sejam livres em sua fé, em sua crença, em seus sentimentos.

Marilín diz que o trabalho dos líderes pastorais tem sido uma boa influência sobre as pessoas, para que mantenham a fé, o amor e a perseverança.

Violações

A situação dos grupos religiosos em Cuba permanece terrível. O último relatório anual da CSW sobre o país constatou que houve 260 violações documentadas da liberdade de religião ou de crença (FoRB) em 2019, em comparação com 151 em 2018.

As violações registradas incluem assédio a líderes religiosos, detenção arbitrária, confisco de propriedades religiosas, fechamento de igrejas e restrições a viagens, movimento e distribuição de materiais religiosos.

Líderes religiosos como Marilín e Alain são particularmente vulneráveis ​​a violações do FoRB por serem líderes de um grupo religioso não registrado. No entanto, o governo cubano continua a assediar e intimidar líderes religiosos de grupos registrados e não registrados, em um esforço para controlar e limitar sua participação e impacto em suas comunidades e na sociedade civil em geral.

“É essencial que os membros da comunidade internacional aumentem seus esforços para responsabilizar o governo de Cuba por violações do FORB, levantando casos como o de Marilín e sua família em diálogos bilaterais e multilaterais em todas as oportunidades”, diz a CSW.

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