Cristão é condenado à morte no Paquistão após ser acusado de blasfêmia

Ashfaq Masih, de 34 anos, foi falsamente denunciado por um concorrente de sua oficina mecânica de bicicletas.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: segunda-feira, 11 de julho de 2022 às 18:33
Ashfaq Masih foi denunciado por um concorrente de sua oficina de bicicletas. (Foto: Church in Chains).
Ashfaq Masih foi denunciado por um concorrente de sua oficina de bicicletas. (Foto: Church in Chains).

Um cristão no Paquistão foi condenado à morte por enforcamento, após ser acusado falsamente de blasfêmia por um concorrente de sua oficina mecânica de bicicletas.

Na segunda-feira passada (4), Ashfaq Masih, de 34 anos, foi senteciado à pena de morte pelo Tribunal de Sessão do Paquistão, segundo o Centro de Assistência Jurídica, Assistência e Liquidação (CLAAS, na sigla em inglês), uma organização que trabalha por cristãos perseguidos no país.

De acordo com o CLASS, documentos mostram que Ashfaq se declarou inocente das acusações, que classificou como "bastante infundadas, falsas e frívolas".

Dono de uma oficina de bicicletas em Lahore, o cristão relatou que as falsas acusações de blasfêmias começaram quando um cliente muçulmano se recusou a pagá-lo por um serviço.

Em um pedido de inocência divulgado pelo Church in Chains, Ashfaq contou detalhes do incidente.

“[O homem] se recusou a me dar dinheiro e disse: 'Sou seguidor de Peer Fakhir [um asceta muçulmano] e não peça dinheiro de mim’. Eu disse a ele que sou crente em Jesus Cristo e não acredito em Peer Fakhir e, por favor, me dê [o dinheiro por ] meu trabalho", disse o cristão.

Falsas acusações

Logo depois, o cliente muçulmano contou o episódio ao concorrrente de Ashfaq, dono de uma oficina de bicicletas, chamado Muhammad Naveed. E ele acusou o cristão de blasfêmia e registrou um boletim de ocorrência.

“Naveed abriu uma loja na minha frente e ficou com ciúmes porque meu negócio estava indo bem e tinha uma boa reputação na área. Já havíamos brigado alguns dias antes do incidente. E ele me ameaçou com consequências terríveis”, relatou o cristão no pedido de inocência.

Conforme o código penal do Paquistão, profanar o nome do profeta do islã leva a uma pena de morte obrigatória. Ashfaq Masih declarou que não infringiu a lei.

"Eu não pronunciei nenhuma palavra depreciativa contra o profeta Muhammad, nem posso pensar sobre isso. Eu respeito o profeta Muhammad de coração e alma", disse.

Família em luto

O irmão mais velho de Ashfaq, Mehmood, denunciou que não houve processo no caso do cristão e que um juiz apenas entregou a ele uma cópia da sentença, na segunda-feira passada.

"O julgamento repentino me surpreendeu e eu não sabia o que fazer", afirmou Mehmood ao CLAAS.

"Eu mal me recompus e saí do tribunal e comecei a chorar, pois era o fim do mundo para mim. Corri para casa e informei minha família. Minha esposa e filhos também começaram a chorar. À medida que a notícia se espalhava, meus parentes começaram a nos visitar para nos consolar, mas não foi fácil para mim, porque Ashfaq é meu único irmão e eu o amo muito. Posso fazer qualquer coisa por ele”.

Segundo caso de perseguição em 30 dias

De acordo com o CLASS, Ashfaq foi enviado para a prisão em Lahore. O diretor da organização, Nasir Saeed, lembrou que é o segundo caso em que um cristão é condenado à morte em um período de 30 dias, no Paquistão.

No início de junho, dois crentes, que são irmãos, foram condenados à pena de morte pelo Supremo Tribunal de Lahore, após serem acusados sem provas de blasfemarem contra o islã.

A perseguição dos seguidores de Cristo através de leis de blasfêmia no país é comum e está piorando, conforme o International Christian Concern. 

O Paquistão é um dos maiores países islâmicos do mundo, com 96% de muçulmanos e apenas 2% de cristãos. A nação faz parte da Lista Mundial da Perseguição da Portas Abertas e está entre os 10 países que mais perseguem e maltratam cristãos no mundo.



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