Cristãos lutam para recuperar locais de culto na Indonésia

Pastores explicam que o governo exige uma licença para o funcionamento de igrejas, mas que a liderança dificulta o processo.

Fonte: Guiame, com informações do Morning Star NewsAtualizado: quinta-feira, 6 de julho de 2023 às 16:49
Policiais fecham igrejas na Indonésia. (Foto representativa: Wikimedia Commons/Gitoyo Aryo)
Policiais fecham igrejas na Indonésia. (Foto representativa: Wikimedia Commons/Gitoyo Aryo)

No dia 26 de junho, os cristãos em Jacarta, na Indonésia, comemoraram quando as autoridades locais removeram o selo que lacrou uma igreja durante 3 meses, conforme a Morning Star News. 

A igreja foi fechada em 20 de março pelo governo por “falta de licença” no Escritório de Planejamento da Cidade. A congregação Gereja Kristen Indonesia Palsigunung (GKI) fica na vila de Kelapa Dua Wetan, subdistrito de Ciracas. 

Os líderes da GKI contam que tem sido uma verdadeira luta adquirir as licenças e que eles tentam desde 2012. O chefe do bairro local, Rukun Tetangga e o líder da Associação de Cidadãos, Rukun Warga, se recusaram a assinar uma carta de acordo dos residentes da área. 

Ambos privaram os membros da igreja de seus direitos, conforme apontou o ativista inter-religioso Permadi Arya, conhecido como Abu Janda. 

‘Dificuldades para adorar a Deus’

“Oitenta residentes deram sua aprovação de acordo com os requisitos do Decreto Ministerial Conjunto de 2006, mas como foi rejeitado pelos chefes da vizinhança e da Associação de Cidadãos, a igreja foi lacrada pelo escritório de planejamento da cidade”, disse Arya. 

Embora membros da equipe do Escritório de Planejamento da Cidade de Jacarta Oriental, acompanhados por autoridades locais de alto escalão, tenham retirado o selo, a igreja não poderá usar o local até que os líderes solicitem uma mudança no uso do edifício.

“O documento exigido deve ser anexado e enviado ao governo. O que está claro é que o governo local não proíbe as pessoas de adorar”, tentou justificar Muhamad Sodik, chefe do escritório do subdepartamento de planejamento da cidade de Jacarta. 

“O que é necessário neste país não é apenas tolerância, mas igualdade perante a lei. Se o senso de igualdade estiver enraizado na alma de cada indonésio, não haverá intimidação e obstáculos. Ninguém será intimidado ou impedido por causa de diferenças de etnia, raça e religião”, comentou Yewangoe, um defensor da liberdade religiosa. 

‘Estamos expostos às ameaças e interdições’

O chefe local da Associação de Cidadãos e outros muçulmanos interromperam o culto da Igreja Cahaya Fajar Pengharapan após ameaças e outras intimidações, conforme relatou o pastor Elyson Lase. 

“A proibição da minha congregação de realizar cultos aos domingos foi apenas um alerta. Estamos expostos ao perigo de ameaças, intimidações e interdições desde maio passado, quando a liderança do bairro até emitiu uma carta nos proibindo de realizar cultos”, continuou. 

“Se uma igreja é vista pregando e espalhando o Evangelho, ela logo se depara com a oposição de grupos extremistas islâmicos, especialmente em áreas rurais. Em algumas regiões da Indonésia, as igrejas não tradicionais lutam para obter permissão para edifícios religiosos, com as autoridades muitas vezes ignorando sua papelada”, concluiu um relatório emitido recentemente. 

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