Dois pastores presbiterianos podem ser condenados à morte no Sudão

O Rev. Yat Michael e o Rev. Peter Yen Reith da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão do Sul foram acusados de espionagem e blasfêmia, mas sua denominação afirma que estes são vítimas de perseguição religiosa.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 29 de maio de 2015 às 14:49
Igreja Presbiteriana no Sudão
Igreja Presbiteriana no Sudão

Dois pastores presbiterianos estão enfrentando uma provável pena de morte República do Sudão. O Rev. Yat Michael e o Rev. Peter Yen Reith da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão do Sul foram acusados de espionagem e blasfêmia, embora a igreja tenha dito que eles estão sendo perseguidos por sua fé cristã, bem como outros pastores no país dominado pelo islamismo.

"Isto não é algo novo para a nossa igreja", diz o Rev. Tut Kony, pastor da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão do Sul. "Quase todos os pastores foram para a prisão sob o governo do Sudão. Temos sido apedrejados e espancados. Isto habitualmente acontece para abalar a Igreja. Não estamos surpresos. Esta é a forma como lidam com a igreja por aqui".

Michael e Reith foram inicialmente detidos sem acusação formal em Dezembro de 2014 e novamente em janeiro (2015), segundo a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos informou nesta terça-feira (26). A igreja tem estendido a mão para organizações de direitos humanos pedindo-lhes para falar aos pastores e exortar o governo do Sudão a respeitar as minorias religiosas.

David Curry, CEO da Portas Abertas nos EUA disse que os pastores - ambos casados e com filhos - podem ser condenados à pena de morte.

"Estou com medo de que eles executem esses pastores por simplesmente praticarem sua fé cristã", disse Curry, de acordo com a Fox News.

Se não forem condenados à morte, os pastores ainda podem enfrentar outras sentenças severas, como a prisão perpétua, ou 40 chicotadas.

O Sudão encontra-se em sexto lugar na lista dos países onde os cristãos enfrentam o maior perseguição por sua fé, elaborada e atualizada pela Missão Internacional Portas Abertas.

O governo islâmico do Sudão condenou à morte a cristã Meriam Ibrahim em 2014, por se casar com um cidadão cristão americano, mas depois de muita pressão internacional decidiu absolver das acusações a mulher que chegou a ser presa ainda grávida e teve sua filha na prisão.

A mãe cristã que se recusou a negar sua fé em Cristo - apesar da intensa pressão feita por funcionários da prisão - se mudou para os EUA e tornou-se um símbolo de fé, superação e da luta pela preservação da liberdade religiosa em todo o mundo.

A Igreja Presbiteriana pediu os cristãos orem pela libertação dos pastores Michael e Reith. Os cristãos agora compõem apenas uma pequena minoria no Sudão e recebem muito pouca proteção.

Um grande número de igrejas católicas e protestantes em Cartum foram destruídas ou confiscadas pelas autoridades desde que o Sudão do Sul anunciou a sua independência, enquanto o presidente sudanês, Omar al-Bashir prometeu fazer do Sudão um "Estado islâmico totalmente operado pela mais estrita interpretação da Lei Sharia".

Comentando o caso dos pastores presos, Rev. Kony disse, no entanto, que os líderes - bem como o restante dos cristão no Sudão - continuam confiando em Deus.

"Eles passaram cinco meses na cadeia e se isto se exceder em mais um ano, ainda sabemos que Deus vai intervir, e eles serão liberados porque não cometeram nenhum crime", afirmou.

Curry observou que a vida está ficando mais difícil para os cristãos no Sudão.

"Neste caso em particular, sentimos que as acusações são forjadas. Estes são apenas bons cidadãos que praticam sua fé cristã, mas o governo sudanês está usando qualquer tática possível para empurrar o cristianismo fora do mercado local e fora da vida diária, e, infelizmente, eles estão tendo algum sucesso", disse ele.

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