Em dois meses, mais de 250 foram assassinados por extremistas na Nigéria

Radicais da etnia Fulani tem usado a disputa por terras como pretexto para massacrar cristãos, na Nigéria.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 21 de setembro de 2018 às 17:29
Pastor Fulani armado. Radicais da etnia já mataram mais pessoas do que o grupo Boko Haram. (Foto: Globaltake)
Pastor Fulani armado. Radicais da etnia já mataram mais pessoas do que o grupo Boko Haram. (Foto: Globaltake)

Nos últimos dois meses, mais de 250 cristãos foram vítimas fatais da insurgência dos radicais Fulani, etnia formada por pastores de animais no estado de Plateau, na Nigéria. Os dados foram divulgados no domingo (16) pela Sociedade Internacional pelas Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety).

De acordo com a organização, a violência contra cristãos é exercida de várias formas, incluindo o abate de crianças, o uso de facões e armas contra mulheres grávidas, assassinato de cristãos durante seu sono, invasão de terras da comunidade cristã, bem como ataques a locais de culto.

Em julho, um relatório da Intersociety revelou que nos últimos três anos, mais de 8.800 cristãos foram alvejados e mortos na por forças de segurança nigerianas, muçulmanos radicais xiitas, pastores da etnia fulani e militantes do Boko Haram.

Em meio ao massacre classificado como “genocídio” por líderes cristãos da Nigéria, mais de 6 mil pessoas foram mortas por pastores fulani desde janeiro, a maioria mulheres, crianças e idosos.

Na última sexta-feira (14), duas crianças de 9 e 10 anos foram baleadas e golpeadas por facões enquanto cuidavam de um rebanho de vacas. Segundo a International Christian Concern, Ntyang Pam Danjuma e Mesheck Dalyop Kang'ageda foram mortos por radicais Fulani e uma terceira criança conseguiu escapar.

“O governo nigeriano continua sendo complacente ao lidar com os militantes Fulani, que em 2018 mataram quase três vezes mais pessoas do que o Boko Haram”, disse a organização. “Se eles não garantirem a segurança do seu povo, eles terão uma luta contínua à medida que as comunidades decidirem se defender e proteger suas famílias”.

Emeka Umeagbalasi, presidente do conselho da Intersociety, disse ao The Christian Post que o governo nigeriano continua tentando caracterizar os assassinatos como “confrontos entre fazendeiros e pastores”. No entanto, ele revela que os ataques visam matar e expulsar os cristãos.

Segundo a Intersociety, esses ataques são promovidos por jihadistas que se escondem sob o manto de “pastores”, mas estão frequentemente armados com fuzis AK-47 e armas sofisticadas que lhes permitem matar um grande número de pessoas.

“É o caso de um grupo escondido atrás do gado para desencadear a violência em comunidades cristãs inocentes. Eles destroem as fazendas e convertem suas igrejas em mesquitas”, denunciou Umeagbalasi.

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