Uma cristã perseguida no norte da Nigéria, testemunhou como Jesus curou seu coração após anos de lutas contra a intolerância religiosa de parentes muçulmanos e ataques terroristas do Boko Haram.
Aos 8 anos, Tabitha e sua família foram expulsos de casa por seus parentes muçulmanos por serem cristãos. Eles se refugiaram em uma pequena cabana nos arredores da cidade, onde seu pai surdo e sua mãe lhe ensinaram uma lição: “Deus provê mesmo quando a família rejeita você”.
Em 2014, Tabitha construiu sua própria família com seu marido e dois filhos. Nesse período, eles começaram a ouvir histórias sobre o Boko Haram indo de vila em vila, dando ultimatos: “Converta-se ao islamismo ou morra”.
Um dia, as ameaças se tornaram reais enquanto Tabitha e seu marido trabalhavam no campo.
"Eu costumava pensar que o Boko Haram eram apenas animais vivendo no mato. Eu nunca acreditei que um ser humano pudesse matar outro ser humano", disse ela ao Global Christian Relief.
Ataque terrorista
Terroristas do Boko Haram atacaram a vila de Tabitha com o objetivo de matar os cristãos. Seu marido conseguiu fugir, mas eles assassinaram o pastor da comunidade.
“Depois disso, eles começaram a reunir os homens, aqueles que tentaram escapar foram baleados”, contou ela, destacando que nunca mais viu seu marido.
“Aqueles que foram pegos foram amarrados em suas motocicletas, levados para os arredores e massacrados. Eles separaram suas cabeças de seus corpos. Tivemos que cavar buracos e enterrá-los à noite”, acrescentou.
Em meio a pressão dos terroristas para converter os sobreviventes ao Islã, Tabitha refletiu: “É melhor rejeitar Jesus ou morrer? Eu sabia que preferia morrer. Quando percebi isso, parei de ter medo. Meu único medo era pela minha família”.
Segundo Tabitha, a fuga parecia impossível pois a vila estava cercada e sendo monitorada. No entanto, Hassan, um morador da comunidade que foi recrutado pelo Boko Haram, começou a ajudar os moradores a escapar secretamente.
A cristã contou que a compaixão do rapaz lhe custou a vida, mas não antes de ajudar muitos a escaparem.
"Quando escapamos, nunca acreditamos que sobreviveríamos porque não sabíamos para onde estávamos indo. Estávamos apenas correndo para onde Deus nos levasse", relembrou ela.
Tabitha fugiu com seus filhos para as montanhas, porém, sua sogra foi capturada e dois sobrinhos morreram de cólera.
“Não havia comida nem água potável. Alguns estavam bebendo água do rio. Houve um surto de cólera, que matou as duas crianças”, relatou ela.
O destino de quatorze membros da família permanece desconhecido. Um ano depois, quando ela retornou à sua aldeia, encontrou apenas cinzas e ossos: “Tudo o que você via eram esqueletos de pessoas”.
Sem ter para onde ir, Tabitha se juntou a milhares de outros cristãos deslocados em um acampamento.
A vida após a perseguição do Boko Haram
Tempo depois, os parceiros locais da Global Christian Relief encontraram Tabitha e trabalharam para fortalecer a fé dos cristãos deslocados.
“Eles nos ensinaram sobre perdoar aqueles que nos prejudicaram. E também nos deram ajuda financeira para começar um negócio”, disse ela.
O apoio da organização permitiu que Tabitha montasse uma fazenda e matriculasse seus filhos na escola.
Como sobrevivente da perseguição do Boko Haram, Tabitha encontrou paz na Palavra de Deus.
"Daniel 12 diz: 'Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o princípio das nações até então. Mas naquele tempo o seu povo — todo aquele cujo nome for encontrado escrito no livro — será liberto'. Então, quando me lembro de que tudo isso já estava escrito, não me preocupo. Como cristãos, acreditamos que isso deve acontecer. Devemos estar prontos para suportar dificuldades por amor a Deus. Quero servir a Deus de todo o meu coração", disse ela.
E concluiu: “Nem parece que vivo no mesmo mundo. Agora podemos ler a Bíblia. Agora podemos perdoar nossos inimigos. Podemos nos manter de pé”.
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