Estado Islâmico avança para invadir cidade onde vivem 15 mil cristãos, na Síria

A BBC News informou que o grupo terrorista, que conquistou território significativo em toda a Síria e no Iraque, tem vindo a apostar na expansão de seus redutos, principalmente a norte e ao leste, em direção a Homs, no centro da Síria, nos últimos meses.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 3 de novembro de 2015 às 12:10
Terroristas do Estado Islâmico participam de 'desfile militar' na província de Raqqa, ao norte da Síria, em 30 de junho. (Foto: Reuters)
Terroristas do Estado Islâmico participam de 'desfile militar' na província de Raqqa, ao norte da Síria, em 30 de junho. (Foto: Reuters)

O grupo terrorista Estado Islâmico capturou a cidade síria de Maheen na província central de Homs (Síria), segundo relatórios, e agora está avançando em direção à cidade vizinha de Sadad, que é o lar de cerca de 15.000 cristãos ortodoxos.

A BBC News informou que o grupo terrorista, que conquistou território significativo em toda a Síria e no Iraque, tem vindo a apostar na expansão de seus redutos, principalmente a norte e ao leste, em direção a Homs, no centro da Síria, nos últimos meses.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que a queda de Maheen começou com dois atentados suicidas, no último sábado (31), com as forças do governo, eventualmente, sendo conduzidas para fora da cidade. O grupo de fiscalização disse que pelo menos 50 soldados do governo foram mortos ou feridos nos combates.

Os confrontos já começaram na periferia de Sadad - com maioria da população formada por cristãos, tendo 14 igrejas e um mosteiro.

Os cristãos e outras minorias religiosas têm sido fortemente perseguidos nas cidades capturadas pelos jihadistas islâmicos. No mês de agosto (2015), quando a cidade de Qaryatian foi invadida, os cristãos receberam uma lista com 11 exigências a serem seguidas. Caso contrário, morreriam.

Entre as 11 'leis' estipuladas pelo grupo terrorista, estavam o pagamento do imposto islâmico jizya, cobrado dos não-muçulmanos, a proibição de que as igrejas continuem funcionando, a remoção de cruzes das igrejas ou casas, entre outros.

A Reuters relatou que conquistas do Estado Islâmico são contínuas, apesar da Rússia ter aderido a operações de ataques aéreos na Síria nos últimos meses, e até mesmo os EUA recentemente terem anunciado que estão enviando tropas terrestres pela primeira vez para participar dos esforços para deter o avanço do grupo terrorista.

Enquanto o Estado Islâmico está lutando contra o exército e vários grupos do governo sírio no país devastado pela guerra, a Rússia tem apoiado o governo do presidente Bashar al-Assad em sua luta contra os rebeldes. O governo Obama continua se opondo a Assad, no entanto, tem levantado preocupações de que os ataques aéreos russos estão direcionando seus adversários, ao invés de ser totalmente engajado na luta contra o terrorismo.

Em quatro anos, a guerra civil na Síria já matou cerca de 250.000 pessoas e forçou quase metade da população ou 11 milhões de pessoas, a fugir de suas casas.

O exército das forças democráticas da Síria, que tem se engajado nesta luta em todo o país, anunciou entretanto no último sábado (31), que vai intensificar sua campanha para libertar a zona rural do sul de al-Hasakah, que também caiu nas mãos do grupo terrorista.

"Hoje, nós declaramos o primeiro passo de nossa ação militar dentro de um plano para libertar toda a Síria do domínio das gangues terroristas. Nesta base, nós declaramos o início de uma campanha para libertar a zona rural do sul de al-Hasakah, com a participação de todas as facções das forças democráticas da Síria e com o apoio de aviões de guerra da coalizão liderada pelos EUA", disse o comando-geral do grupo em um comunicado.

"Nossa campanha vai continuar até libertar todas as áreas ocupadas pela organização terrorista 'Daesh' [Estado Islâmico] em al-Hasakah e até restaurar a segurança e a estabilidade para a região", acrescentou.

Ele também instou propôs aos civis, que fugissem de suas atuais localizações, advertindo-os de que os jihadistas estão tentando usar os cidadãos como escudos humanos para se proteger dos ataques aéreos em curso.

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