Estado Islâmico tenta eliminar os últimos cristãos que falam aramaico, a língua de Jesus

"O desaparecimento e deslocamento dessas pessoas praticamente significa o capítulo final do uso do aramaico no mundo", afirma historiador.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: segunda-feira, 20 de abril de 2015 às 20:54
EI está tentando eliminar os últimos oradores cristãos do aramaico. (Reuters)
EI está tentando eliminar os últimos oradores cristãos do aramaico. (Reuters)

 

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) está tentando eliminar os últimos oradores cristãos do aramaico, a língua que Jesus Cristo falou.

Milhares de membros das antigas comunidades cristãs na Síria, conhecidos como assírios, fugiram da região desde fevereiro devido a ataques dos jihadistas, de acordo com relatório observado pela Associated Press. O EI sequestrou entre 250 a 300 assírios, e está pedindo 30 milhões de dólares por sua liberdade, o que significa 100 mil dólares por indivíduo.

Eden Naby, um historiador do Oriente Médio e especialista em cultura assíria, disse que a grande preocupação é a impossibilidade de que o idioma seja preservado. "Os assírios continuam sendo as últimas pessoas que falam o aramaico do mundo. Por isso, o desaparecimento e deslocamento dessas pessoas praticamente significa o capítulo final do uso do aramaico no mundo."

Os assírios traçam suas raízes há 6.500, e acredita-se que entre eles estiveram as primeiras pessoas a se converterem ao cristianismo. Os historiadores ainda afirmam que os apóstolos Thomas, Tadeu e Bartolomeu tiveram entre os fundadores da igreja Rito Oriental, a quem a maioria dos assírios pertencem.

"O que temos enfrentado é atrocidade após atrocidade", disse Habib Afram, chefe da Liga síria no Líbano. "Eles não querem apenas tomar sua terra ou chutá-los para fora de suas aldeias, pois eles querem apagar o seu passado, sua herança", acrescentou.

O EI tem se empenhado fortemente em apagar a cultura e o patrimônio das cidades que conquistaram na região. Em março, os extremistas destruíram cruzes, estátuas e ícones nas igrejas de Ninawa, no Iraque, e as substituíram por suas bandeiras.

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