Por quase 20 anos, Al Janssen trabalhou em estreita colaboração com o irmão André, o fundador da Missão Internacional Portas Abertas. Juntos, eles viajaram para países muçulmanos, escreveram seis livros, reuniram-se com líderes políticos e falaram com doadores do ministério. Este blog conta a história de sua amizade e algumas das muitas lições que Al aprendeu com esse amado líder da missão.
Em um artigo para a Portas Abertas (EUA), Al relatou que certa vez lhe fizeram uma pergunta um tanto inusitada sobre André.
"A que ordem monástica pertence o Irmão André?", lhe perguntou um jornalista em um programa de rádio nacional, enquanto ele dava uma entrevista sobre o livro "Light Force", uma das primeiras obras os dois missionários escreveram juntos sobre a igreja perseguida no Oriente Médio.
Al confessou que não conseguiu segurar o riso, mas logo recuperou a fala e explicou o irmão André não é um monge
“Expliquei que o chamamos de Irmão André, porque é mais fácil de dizer e lembrar do que Anne Vander Bijl, o nome em seu passaporte”, contou Al.
O missionário também lembrou que apesar de Anne é um nome comum para homens na Holanda, mas não na América do Norte. E o fato de chamar Anne de “irmão André” também aumentou a segurança para ele e para as pessoas que ele conheceu em suas viagens.
“Era uma prática comum para aqueles em nosso ministério que viajaram atrás da Cortina de Ferro usar pseudônimos. Quase desde o início, os cristãos em perseguição começaram a se referir aos contrabandistas de Deus como ‘irmão’ ou ‘irmã’, como o irmão David ou a irmã Corrie. Um viajante holandês, Dürk Langeveld, fez tantas viagens pela Portas Abertas que se apresentar dizendo “Eu trago saudações do irmão Dick”, tornou-se um código para outros trabalhadores quando eles se encontraram com contatos na Europa Oriental ou na União Soviética”, explicou.
Essas identidades secretas protegiam os cristãos quando eram interrogados pela KGB ou pela Stasi.
"Quem é Anne Vander Bijl?", perguntavam os oficiais desses órgãos ao interrogar cristãos em busca do missionário.
Como esse nome não era mencionado em nenhuma ocasião junto aos novos convertidos e nas igrejas, o pastor que estava sendo interrogado poderia honestamente responder que ele nunca ouviu falar dessa pessoa.
Mais tarde, os investigadores tentaram caçar algumas das pessoas mencionadas pelo irmão André em God’s Smuggler. Mas as identidades e os locais foram habilmente disfarçados no livro. Até onde onde se sabe, ninguém sobre quem Al e André escreveram foi preso por causa de conexões com essa história contadas nos livros ou artigos.
“Esse cuidado com a segurança continua na Portas Abertas (EUA) hoje. Um de nossos líderes de ministérios internacionais, que se juntou a nós em meados da década de 1980, foi informado em seu primeiro dia de trabalho que teria de escolher um novo nome que usaria para trabalhar para o ministério. Eu ainda não sei o nome verdadeiro dele!”, contou Al
O raciocínio para a Portas Abertas tomar tais medidas é simples: a igreja perseguida vive em constante perigo. Os cristãos não podem escapar de suas circunstâncias. Os missionários os visitam para encorajá-los, conhecer suas histórias e entregar Bíblias, treinamento e outros recursos necessários.
Essas viagens podem ser um pouco perigosas para os missionários. Portanto, eles se comprometem em nunca dizer ou fazer algo para colocar os irmãos em perigo maior do que eles já estão passando.
“Nós nunca queremos ser a razão pela qual um irmão ou irmã foi preso ou atacado de qualquer forma”, explicou Al.
É também por isso que muitas vezes a Portas Abertas omite ou altera os nomes das pessoas citadas em seus artigos e matérias.
“Hoje, a internet é uma ferramenta poderosa para o bem e para o mal. Quando um de nós solicita um visto, alguns golpes importantes podem revelar a um funcionário do governo quem somos nós, para quem trabalhamos e a nossa agenda”, contou ele.
“Temos que nos manter à frente deles, sendo cautelosos sobre o que comunicamos sobre o nosso trabalho. Quando vamos à igreja perseguida, temos que entender que, embora nosso ser seja um grande encorajamento, também pode trazer atenção indesejada adicional à igreja que já está sob pressão do governo, da sociedade e da cultura”, acrescentou.
Al explicou que todas as medidas de segurança necessárias são tomadas, mas que também a certeza do chamado missionário é essencial para ajudá-los a enfrentar momentos de tensão.
“Por causa dessas medidas de segurança, o irmão André e eu nunca nos sentimos em perigo. Mas havia outro motivo para explicar nossa segurança. Nós dois sentimos que se Deus nos chamou para algum país onde a perseguição é alta, então Ele é nosso protetor, e nós cumpriremos Sua missão”, destacou Al.
“E se estamos errados? E se nós formos mortos no processo enquanto nos encontramos com um dos grupos fundamentalistas? Bem, André e eu concordamos que todos morreremos uma vez. Se Deus escolhe nos levar desse jeito, então achamos que Ele seria mais glorificado pelas nossas mortes”, acrescentou. "Como o irmão André disse: ‘Estar preparado para morrer por Jesus é realmente uma boa maneira de viver!"
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