No último domingo (26), homens armados invadiram a Primeira Igreja Batista em Porto Príncipe, capital do Haiti, matando um diácono de 60 anos e sequestrando sua esposa, de 59 anos.
Os criminosos invadiram o prédio da igreja, localizado a poucos quilômetros do Palácio Nacional do Haiti, interrompendo a celebração da manhã com tiros. Os fiéis começaram a correr e se esconder nos bancos para se proteger. Alguns ficaram levemente feridos durante o ataque.
O diácono Sylner Lafaille foi morto e sua esposa Marie Marthe Laurent Lafaille foi sequestrada e ainda está mantida refém pelos bandidos. O pastor Josue Mathieu relatou que sua congregação experimentou “um acontecimento vergonhoso, vil e inimaginável”.
O líder contou que, enquanto a igreja prepara o funeral do diácono Sylner e ora pela libertação de sua esposa, os membros também precisam lidar com o trauma do ataque. “Este acontecimento indescritível ocorre em um momento em que estamos tentando colocar nossas cabeças acima da água, depois de lidar com a Covid-19 e os distúrbios civis no país”, disse Josue ao Baptist Standard.
“É como água fria derramada em água fervente. O primeiro domingo de outubro é o retorno geral às atividades da igreja, período em que recebemos dezenas de novos batizados. Agora, nos encontramos diante dos fiéis traumatizados por este acontecimento tenebroso. As dificuldades são enormes! Há uma grande necessidade de tratamento psicológico e pós-traumático”.
O pastor Josue também pediu oração aos cristãos pela “libertação do país atormentado por uma crise de segurança impulsionada por gangues”.
Haiti: uma nação calejada
Jackson, ex-secretário regional dos Batistas do Caribe, encorajou os cidadãos do Haiti a não perderem as esperanças diante de tantas dificuldades enfrentadas nos últimos tempos.
“A invasão do culto de adoração, o assassinato de um diácono e o sequestro de sua esposa por bandidos armados são testemunhos do clima insensível que envolveu o Haiti”, diagnosticou Jackson.
"É lamentável que um Estado-nação que foi objeto de exploração colonial e enfrenta agitação política, desastres naturais e problemas econômicos tenha tido que lidar com níveis tão altos de assassinatos arbitrários e sem sentido. Em meio à turbulência e confusão, imploro ao povo haitiano que não perca a esperança e que a comunidade global demonstre o amor e a compaixão de Deus em empreendimentos práticos”.
Há anos, o Haiti vem enfrentando múltiplos desafios, como instabilidade política, atuação de gangues, distúrbios civis e desastres naturais, e ainda a pobreza persistente.
Em julho, o presidente haitiano Jovenel Moise foi assassinado. Em agosto, um terremoto de magnitude 7,2 atingiu o sudoeste do país, e dois dias depois, a tempestade tropical Grace também devastou a nação.
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