Jihadistas mataram mais de 1.400 cristãos na Nigéria nos primeiros quatro meses de 2021

A Comissão dos Estados Unidos para Liberdade Religiosa e Internacional alertou que a Nigéria está caminhando em direção a um genocídio cristão, caso nenhuma ação for tomada.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: segunda-feira, 17 de maio de 2021 às 15:10
Homens marcham ao longo do caminhão carregando os caixões das pessoas mortas pelos pastores Fulani, em Makurdi, Nigéria, 11 de janeiro de 2018. (Foto: Reuters/Afolabi Sotunde).
Homens marcham ao longo do caminhão carregando os caixões das pessoas mortas pelos pastores Fulani, em Makurdi, Nigéria, 11 de janeiro de 2018. (Foto: Reuters/Afolabi Sotunde).

Jihadistas islâmicos assassinaram 1.470 cristãos e sequestraram mais de 2.200 na Nigéria, nos primeiros quatro meses de 2021, segundo o relatório da Intersociety Rule of Law, divulgado na semana passada. Mais da metade dos assassinatos foram cometidos por pastores fulani muçulmanos.

O número de crentes mortos é o maior desde 2014 e vai muito além do total de assassinatos em 2019, de acordo com a Intersociety, organização que investiga e expõe crimes contra as liberdade civis e os Direitos Humanos. 

O estado de Kaduna, no noroeste do país, registrou o maior número de mortes cristãs, 300, de acordo com a investigação que revelou as mortes na maioria das áreas cristãs na Nigéria

O relatório também apontou que o exército nigeriano controlado por muçulmanos do norte matou pelo menos 120 cristãos nos estados de Benue, Akwa Ibom, Anambra, Imo, Abia e Ebonyi.

Dos 2.200 cristãos sequestrados, 800 são do estado de Kaduna, onde 600 eram cristãos indígenas. Conforme análise da Intersociety, 10% do total de crentes raptados “têm maior probabilidade de terem morrido ou sido mortos no cativeiro”.

“Especialmente cristãos viajantes e rurais, entre eles homens e mulheres agricultoras, incluindo os sequestrados e estuprados até a morte ou mortos depois de estuprados”, afirma o relatório, baseado em dados da mídia local e estrangeira, contas do governo, relatórios de grupos de direitos internacionais e relatos de testemunhas oculares.

O levantamento da Intersociety ainda denunciou o governo nigeriano por afirmar falsamente que as mortes de cristãos foram resultados de conflitos entre pastores e fazendeiros e não motivados por questões religiosas.

O relatório acrescentou que: “Além de assassinatos, mutilações e sequestros pelos grupos jihadistas, governos e instituições locais nos estados do norte controlados por muçulmanos também estão tornando a vida muito insuportável para suas comunidades cristãs indígenas. Isso inclui o estado de Katsina, onde meninas cristãs menores de idade se casam à força com homens muçulmanos e se convertem ao islamismo ”.

O Índice de Terrorismo Global classificou a Nigéria como a terceira nação mais afetada pelo terrorismo islâmico, registrando 22.000 mortes entre 2001 a 2019.

A Comissão dos Estados Unidos para Liberdade Religiosa e Internacional, no relatório de 2021, alertou que a Nigéria está caminhando em direção a um genocídio cristão, caso nenhuma ação for tomada.

O país foi o primeiro Estado democrático a ser adicionado na lista do Departamento de Estado dos EUA de "países de preocupação particular", segundo a Lei de Liberdade Religiosa Internacional, por se envolver em "violações sistemáticas toleradas, contínuas e flagrantes da liberdade religiosa".

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