Juízes do Irã estão mandando cristãos para a 'fábrica de tortura'

Uma organização cristã está pedindo ao Ministério do Tesouro dos EUA que imponha sanções sobre três juízes e sobre a prisão de Evin, no Irã.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019 às 12:56
Prisão de Evin, a noroeste do Teerã, no Irã. (Foto: Wikimedia Commons)
Prisão de Evin, a noroeste do Teerã, no Irã. (Foto: Wikimedia Commons)

No 40º aniversário da revolução islâmica no Irã, um proeminente grupo de vigilância sobre perseguição religiosa está pedindo ao Ministério do Tesouro dos Estados Unidos que imponha sanções sobre os juízes iranianos que são responsáveis ​​por enviar cristãos para uma prisão conhecida como "fábrica de tortura".

A 'International Christian Concern' (ICC), organização sem fins lucrativos que destaca os direitos humanos e os abusos sobre a liberdade religiosa contra cristãos perseguidos em todo o mundo, apresentou os nomes de três juízes do Tribunal Revolucionário Iraniano e da infame 'Prisão de Evin' para sofrerem punições sob a Lei 'Global Magnitzky'.

A legislação, sancionada em 2012, permite que o Departamento do Tesouro dos EUA atente contra autores de abusos de direitos humanos ao confiscar bens dos EUA ou ao proibições de viagens.

"A Lei Global Magnitsky é uma peça monumental de legislação bipartidária que fortaleceu a luta pelos direitos humanos em todo o mundo de uma maneira totalmente nova", disse o diretor de Defesa da ICC, Matias Perttula, em um comunicado. "Esta ferramenta legal permite ao governo dos EUA e à comunidade da sociedade civil visar entidades e indivíduos culpados por oprimir as pessoas e violar os seus direitos humanos concedidos por Deus com toda a força das capacidades de sanções dos Estados Unidos".

Os juízes recomendados pela ICC para sofrerem as sanções são Mashallah Ahmadzadeh, Mohammed Moghiseh e Ahmad Zargar.

De acordo com a organização cristã, os três juízes que integram a Corte Revolucionária “são responsáveis ​​por condenar os cristãos sob acusações forjadas”. A ICC acusa os juízes de usar o sistema legal do Irã como uma “ferramenta de repressão contra as minorias religiosas”.

"Nos últimos 40 anos, o Irã tem procurado controlar as almas de seus cidadãos através de juízes islâmicos de linha dura e da ameaça de encarceramento na prisão de Evin", disse Claire Evans, gerente regional da ICC, em um comunicado. “Os cristãos enfrentaram tratamento degradante e desumano por nenhuma outra razão além da fé. No entanto, apesar dessa intensa perseguição, eles firmemente mantiveram sua fé. Em resposta, esses juízes apenas fortaleceram sua determinação de reprimir ainda mais toda a prática do cristianismo ”.

Contexto

No mês passado, foi relatado que dois cristãos iranianos que foram condenados à prisão sob a acusação de "espalhar propaganda contra o regime" receberam ordens de Zargar e outro juiz para renunciarem à sua fé. Os dois cristãos, no entanto, se recusaram a fazê-lo.

O Irã é considerado o nono pior país do mundo no que diz respeito à perseguição de cristãos, de acordo com a Lista sobre perseguição religiosa de 2019 da Missão Portas Abertas (EUA).

Em maio de 2018, o Departamento de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro Nacional dos EUA sancionou a prisão de Evin e o Ansar-e Hezbollah, um grupo conservador ligado ao governo por “graves violações dos direitos humanos”.

Também foi sancionado o Grupo de Programação Hanista, que é acusado de fornecer tecnologia “que facilita a interrupção, monitoração ou rastreamento de computadores ou redes que poderiam ajudar ou permitir sérios abusos contra os direitos humanos por parte do governo do Irã ou em seu nome".

"O regime iraniano desvia os recursos nacionais que devem pertencer ao povo para financiar um ostensivo e oneroso aparato de censura e suprimir a liberdade de expressão", disse o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin, em um comunicado na época. "Aqueles que falam contra a má administração e corrupção do regime estão sujeitos a abuso e maus-tratos nas prisões do Irã".

O regime iraniano rejeitou regularmente alegações de violações dos direitos humanos na prisão de Evin.

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