"Louvamos baixinho para os vizinhos não escutarem", diz cristã sobre realidade no Irã

Os cristãos que vivem no Irã têm sido alvo de uma onda de invasões a cultos nos lares promovida pelo governo.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019 às 19:13
Cristãos que vivem no Irã foram alvo de uma onda de invasões a cultos nos lares. (Foto: Portas Abertas)
Cristãos que vivem no Irã foram alvo de uma onda de invasões a cultos nos lares. (Foto: Portas Abertas)

No fim de 2018, os cristãos que vivem no Irã foram alvo de uma onda sem precedentes de invasões a reuniões nos lares, levando a um grande número de prisões, segundo relatório da organização Portas Abertas.

Cantar um hino cristão em sua própria casa pode tornar-se motivo de detenção no país, onde a conversão ao cristianismo é ilegal. “Todo o tempo temos que ser secretos e devemos ter cuidado com a nossa fé”, disse Ester*, que deixou o Islã após ouvir seu irmão falar sobre Jesus Cristo.

“Não podemos ir a uma igreja oficial, pois essas são destinadas a estrangeiros. Então nos reunimos em casas. Louvamos adoramos cantando baixo para que os vizinhos não escutassem nossa adoração ou saibam que ali funciona uma igreja doméstica”, acrescentou.

Assim que se converteu, Ester se juntou a uma pequena comunidade de cristãos clandestinos e iniciou uma igreja em sua casa. Mesmo que ela e seu marido tenham sido cautelosos, o governo iraniano — que geralmente se infiltra nas comunidades — descobriu a nova fé do casal e invadiu a residência.

Todas a congregação foi presa, exceto Ester e outra fiel, que foram interrogadas no dia seguinte. Depois de uma sequência de interrogatórios e uma investigação da polícia iraniana, as autoridades entregaram a Ester e seu marido um documento em que eles negavam a sua fé em Jesus, mas eles não assinaram. “Era uma experiência nova para mim. Mas se tiver de escolher, escolho a Jesus”, destacou.

Em determinadas situações, o governo iraniano faz vistas grossas a alguns cidadãos que queiram deixar o país. “Nós aproveitamos essa situação e escapamos”, disse Ester. Com o pretexto de uma viagem turística a Istambul, ela e o filho saíram do país. O marido os encontrou uma semana depois. “Era ficar no Irã e ser preso ou viver livre em outro lugar. Escolhemos permanecer com nosso filho e criá-lo à luz do Evangelho”.

Perseguição contínua

A família de Ester também teve que lidar com dificuldades na Turquia. Além de ser difícil para um refugiado encontrar trabalho, ser cristão na Turquia não é muito diferente do que no Irã.

Mas quando questionados se tudo isso valeu a pena, o casal não vacila em responder: “Sim. Somos cristãos e sabemos que há perseguição para nós. Aqui, no Irã ou em outro país do Oriente Médio, sabemos que seremos sempre perseguidos”.

Apesar da perseguição na Turquia, que está 37º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2019, eles continuam se reunindo em casa, recebendo outros cristãos e falando do amor de Jesus a quem encontram.

* Nome fictício por razões de segurança.

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